Pular para o conteúdo

Menstruar ou não menstruar, that’s the question!

30 de abril de 2010

(Pois que eu estou devendo este post há um milênio.)

Mulher, realmente, tem cada uma que eu vou te contar, viu…

A Gisele Bündchen dá à luz em casa, dentro do banheiro (limpinho, né? Antisséptico bagarái…) e as vozes femininas aclamam. Até hoje, o moleque já deve estar indo pra faculdade, e eu não entendi qual foi a da moça: fazer graça, medo de injeção, ou só burrice mesmo. Uma coisa é fazer parto normal, com profissionais altamente treinadas e capacitadas, num ambiente preparado para isso e com autorização e recomendação médica, como é feito em alguns países europeus (com procedimentos e legislação estabelecidos e aprovados). Outra coisa, bem diferente, é o tal do “parto natural”, parto na água, parto de cócoras, parto com golfinhos (juro que isso existe!) e o escambáu. Pesquisinha rápida e não encontrei NADA nas bases de dados de Saúde que indicasse esses métodos como seguros ou eficazes. Mas enfim… esse post não tem nada a ver com parto e nem com a Gisele. *** (FAZ FAVORZINHO DE VER A ATUALIZAÇÃO LÁ EMBAIXO!)

Mas o assunto continua na esfera feminina: menstruação.

Eis que, outro dia, a mulherada do Twitter estava conversando sobre o tal do Moon Cup, um dispositivozinho de silicone, como um Tampax só que retornável, pra ser usado durante a menstruação. A vantagem do troço é que ele elimina a montanha de lixo não biodegradável que a gente acumula com os absorventes higiênicos. A Claudia Chow falou sobre eles no Eco Desenvolvimento. Eu, particularmente, prefiro acabar de uma vez por todas com todos os desperdícios provocados por Mr. Chico: não menstruar de todo. Isso se faz INDO AO MÉDICO e discutindo com ele sobre a possibilidade de se tomar anticoncepcionais de uso contínuo. As vantagens, pessoalmente, são que além de evitar o incômodo e a produção de lixo, elimina a TPM, as cólicas, pode diminuir a ocorrência de crises de enxaqueca (como foi o meu caso) e te dá 100% de aproveitamento mensal. De resto, esse resultado parece ser o esperado, estudos mostram que há uma melhorazinha nos sintomas pré-menstruais em mulheres que usam esse tipo de medicação (Coffee, Kuehl, Willis & Sulak, 2006).

Do ponto de vista fisiológico, estudos apontam que as mudanças metabólicas causadas pelos contraceptivos de uso contínuo são similares àquelas causadas pelo uso da pílula “normal”, de ciclo curto, e portanto, os possíveis efeitos colaterias são os mesmos (Machado, Fabrini, Cruz, Maia & Bastos, 2004). Comparações de eficácia entre os dois métodos também não mostraram diferenças significativas e o fato de não haver sangramento não causa nenhuma doença, disfunção ou prejuízo às pacientes (Wright & Johnson, 2008).

Pois é aí que se dá o busílis: não menstruar não causa, ao que parece, nenhum problema para as mulheres, certo? Algumas acham que não. Baseadas em observações fisiológicas, em sintomas físicos, em problemas causados pela falta de menstruação, certo?

Não.

Baseadas em argumentos como:

“Se eu não menstruar vou me sentir menos mulher.”

“A menstruação é o que marca a identidade feminina.”

“A mulher é um ser cíclico, o ciclo menstrual espelha o ciclo cósmico, as marés, a lua, blá, blá, blá, whiskas sachê…”

Sobre o tal do ciclo cósmico, não há nenhuma evidência que comprove alguma relação entre qualquer ciclo (lunar, de marés, cósmico, do campeonato paulista ou whatever) e o ciclo menstrual. O ciclo lunar pode ter alguma influência sobre o início do trabalho de parto (em gente ou em qualquer outro mamífero), mas não é determinante dele. Pode até ser que cortar o cabelo na lua crescente melhore sua aparência, mas esse efeito é tão pequeno que vale mais à pena investir numa boa duma hidratação. Ou seja, argumento inválido!

Sobre a tal da “identidade feminina”, podia-se começar por definir que raio é isso. Identidade pode ser todo um conjunto de padrões de comportamento e de sentimento que definem o que é ser “feminino”, “ser mulher”. Desde muito cedo, as meninas aprendem determinadas regras (sociais, de higiene, de relacionamento, etc.) que são reconhecidas pela comunidade em que ela vive como marcadamente “femininas”. Depois,com o tempo, essas regras se tornam tão fortemente estabelecidas no repertório de comportamentos que a própria pessoa pode descrevê-las como “parte da sua identidade”, “parte de si”, sua “personalidade” ou “é assim que eu sou”. Mas, de fato, a determinação foi social e cultural. Em poucas palavras, aprendemos a ser mulher, quase do mesmo modo que aprendemos a jogar ping-pong ou a fazer tricô. Do mesmo modo que, depois de um tempo, essas atividades tornam-se mecânicas e os movimentos quase inconscientes, os comportamentos ditos femininos os e símbolos a eles ligados tornam-se “identificados” como a feminilidade.

O ponto é esse: os comportamentos e sentimentos ligados ao menstruar e à menstruação acabam por formar uma categoria estreitamente conectada à tudo o que é feminino, e assim, fazem parte da grande “identidade feminina”. Mas, do mesmo jeito que isso tudo foi aprendido ao longo da vida de uma mulher (e dos homens também, afinal de contas, eles convivem o tempo todo com mulheres, né?), nada determina que não possa ser re-aprendido, ou substituído por outras categorias mais adequadas e até mesmo mais importantes. Do meu modesto ponto de vista, prefiro que minha identidade feminina seja baseada, por exemplo, na minha sensibilidade para acolher pessoas em sofrimento; na minha habilidade de fazer trabalhos manuais delicados e complexos; no meu senso estético e na apurada discriminação de cores; na minha capacidade de prestar atenção a diferentes estímulos ao mesmo tempo… e por aí vai.

Mas tem gente que prefere basear sua identidade feminina em sofrer de cólica e de dor de cabeça cinco dias por mês, ficar mal-humorada e se entupir de chocolate, aumentar seu risco de ter endometriose e ovário policístico, a sofrer durante horas num trabalho de parto… Percebe que parece que a identidade feminina é baseada em sofrimento? Ah, não. Obrigada. Diria minha avó: vai catar coquinho na ladeira, vai caçar sapo com bodoque, vai ver se eu tô na esquina de pijama!

Concluindo, não há nada que, psicológica ou fisiologicamente, impeça a suspensão da menstruação. Só você e seu médico é que devem tomar a decisão, baseados nas suas necessidades e limites individuais e em uma boa dose de bom senso e racionalidade. Juro que sua vida vai ficar bem mais fácil.

Referências:

Coffee, A.L., Kuhel, T.J., Willis, S., & Sulak, P.J. (2006). Oral contraceptives and premenstrual symptoms: Comparison of a 21/7 and extended regimen. American Journal of Obstetrics and Gynecology, 195(5), 1311-1319. doi:10.1016/j.ajog.2006.05.012

Machado, R.B., Fabrini, P., Maia, E., & Bastos, A.C. (2004). Clinical and metabolic aspects of the continuous use of a contraceptive association of ethinyl estradiol (30 μg) and gestodene (75 μg). Contraception , 70(5), 365-370. doi:10.1016/j.contraception.2004.06.001

Wright, K.P., & Johnson, J.V. (2008). Evaluation of extended and continuous use oral contraceptives. Therapeutics and Clinical Risk Management, 4(5), 905–911.

***ATUALIZAÇÃO:

Pra quem não entendeu (é, tem gente que não passa do primeiro parágrafo e já não entende. God knows why…) o que eu estou demonizando é o monte de “métodos alternativos” para dar à luz, quase assim uma homeopatia-ortomolecular-do-parto, sabe?

Uma coisa é o chamado Parto Domiciliar (o Homebirth europeu)  feito por profissionais formados e com indicação do médico que fez o pré natal. Esse tipo de parto é feito com a mãe na CAMA.

Outra coisa bem diferente é o parto na ÁGUA (a.k.a. parto-gisele), que não tem nenhum apoio científico e nem dos médicos. Quem duvida, favor dar uma olhadinha nos links abaixo:

Water birth – is it safe?

Neonatal Sudden Death Due to Legionella Pneumonia Associated with Water Birth in a Domestic Spa Bath

Pseudomonas Otitis Media and Bacteremia Following a Water Birth

Effects of water birth on maternal and neonatal outcomes

Water birth and infection in babies

Legionella pneumophila Pneumonia in a Newborn after Water Birth: A New Mode of Transmission

102 Comentários leave one →
  1. 30 de abril de 2010 22:52

    sugiro um pouquinho de pesquisa sobre a fisiologia do parto e sobre o que é, de fato, um nascimento domiciliar. onde foi que vc leu que homebirth se faz com a mulher na cama? desinformação pura. faz-se na posição em que a mulher se sinta mais confortável, a idéia é essa: a mulher conduz o processo.
    abs

  2. Letícia Sallorenzo permalink
    30 de abril de 2010 23:05

    Quanta audácia! Sugerir a uma doutoranda de São Carlos que pesquise… mas é só isso que ela faz na vida!!!

    Humildade de vez em quando é bom, viu, Renata?

    Aliás, Aninha, fica aqui a minha sugestão pra outro post: qual o perfil psicológico de mulheres que precisam fazer parto natural para se sentirem mais mulheres?

    • Aninha permalink*
      30 de abril de 2010 23:23

      Não sei bem a resposta, e imagino que cada caso deve ser determinado dentro das suas próprias contingências individuais.

      Mas se eu fosse formular uma hipótese, diria que pessoas com esse padrão de comportamento tendem a ser as mesmas que curtem uma dismenorréiazinha, uma TPM, uma enxaqueca menstrual and so forth…

  3. 30 de abril de 2010 23:45

    aninha,
    você sabe de onde surgiu a posição deitada como padrão para o trabalho de parto? sabe que não tem absolutamente nada a ver com a fisiologia do parto em si (aliás para o bom andamento do tp é melhor que a mulher esteja em posições mais verticalizadas, deitada é uma péssima posição para parir)?
    outra coisa. desde quando para um bebê nascer tem que ser um ambiente esterelizado e asséptico? bebês precisam de limpeza, não de assepsia. não sei como é a sua casa, a minha é suficiente limpa. por isso que não tivemos problemas quando pari minha filha caçula em casa, de cócoras, no chão da nossa sala de estar.
    em tempo, não me sinto mais mulher porque pari naturalmente. mas me sinto mais mulher porque ajo com consciência, empoderamento e responsabilidade.
    e humildade é muito bom, mas falar com conhecimento de causa é ainda melhor.
    abs

    • Aninha permalink*
      1 de maio de 2010 00:09

      Não, Renata. Realmente eu não sei qual a História da posição de parto. Minha pesquisa não foi tão a fundo, mesmo porque o assunto deste post NÃO é parto. Se você deu-se ao trabalho de ler até o fim, deve ter percebido.

      Sobre a assepsia do ambiente de parto, ela deve ser feita tanto pela saúde do bebê quanto pela saúde da parturiente que está exposta à infecções de todo tipo.

      Já sobre o fato de felizmente você e sua filha terem uma boa experiência com o parto de cócoras, isso não é argumento suficiente para corroborar a eficiência e a eficácia desse método. É uma falácia muito comum, argumentar que um procedimento é eficiente por indução à partir da observação de uma mostra única, enviesada ou muito peculiar. Pense o seguinte: para cada parto “alternativo-new-age” que dá certo, quantos ocasionam problemas e sequelas para a mãe e para o bebê? Os estudos indicam que essa relação, quando observada em amostras clínicas, é desvantajosa para os métodos alternativos.

      Também sobre o seu argumento de autoridade (“falar com conhecimento de causa”), o erro está em que as suas experiências subjetiva (de sentir-se bem pelo método que escolheu) e objetiva (o sucesso do procediemnto no seu caso particular) igualmente não são prova suficiente para a eficiência do procedimento. Se assim fosse, apenas médicas mulheres e com filhos seriam habilitadas a fazer partos, somente médicos que passaram por uma cirurgia cerebral seriam bons neurocirurgiões e somente bons atores seriam críticos de teatro. O fato de não se ter a experiência de “passar por” não significa diretamente que não “se saiba fazer”.

      • 1 de maio de 2010 00:47

        aninha,
        caso vc de fato se interesse pelo tema parto (sei q não é o tema do texto, mas tem muito a ver com o feminino e talvez te interesse), te convido a visitar o blog em que escrevo com duas outras mães sobre temas relacionados: http://mamiferas.blogspot.com
        lá você verá que não falo apenas da minha experiência, mas da experiência de incontáveis mães e bbs cuja história acompanhei em mais de 5 anos de ativismo pró-parto natural, pró-amamentação, pró-empoderamento e resgate do protagonismo feminino.
        acho realmente uma pena que se propaguem preconceitos como os que você colocou aqui, chamando parto domiciliar de ‘parto-alternativo-new-age’, por exemplo. acho lamentável, só por isso comentei. não acrescenta nada à discussão, apenas demonstra falta de informação e conhecimento do assunto.
        e letícia, minha ‘querida’, se um dia você resolver parir, me avisa que te envio via correio um lindo patinho de borracha, ok? frete grátis. :-)

        • Aninha permalink*
          1 de maio de 2010 00:56

          Obrigada pelo convite, Renata! Irei sim, com muito prazer!

          Só para encerrar a discussão, se você realmente ler o post até o fim, despida de idéias pré-concebidas sobre o conhecimento científico, verá que eu NÃO chamei o parto domiciliar assistido por profissional habilitado e indicado pelo médico que fez o pré natal de “alternativo-new-age”. Eu, inclusive, disse que era muito usado e aceito na Europa. O que eu disse foi que os partos-alternativos-new-age (na água, na piscina, na beira do riacho, com golfinhos e outros que tais) não são aprovados pelos médicos e que as pesquisas indicam que eles causam danos ao bebê e à mãe.

          Prometo que quando for ao seu blog, vou ler os posts até o fim!!

    • 1 de maio de 2010 02:50

      Melhor que humildade é inteligência e informação.
      Humildade só é necessária para não se ferir os sentimentos daqueles que não têm o que acrescentar e se sentem ameaçados pela inteligência alheia.

  4. Letícia Sallorenzo permalink
    30 de abril de 2010 23:53

    Adoro quando apenas algumas pessoas*iluminadas* detêm o conhecimento de causa – qualquer causa.

    Isto significa que todo o conhecimento adverso adquirido por outrem é inválido!

    Traduzindo: o que eu sei é vero; o que os outros sabem é burro!!!

    Isso beira a seita religiosa, credo…

    • guilhermeatencio permalink
      1 de maio de 2010 03:48

      Traduzindo a tradução: eu não tenho argumentos e nem sei discutir, portanto ataco quem não concorda comigo, principalmente se ele demonstra embasamento científico.

  5. Patricia permalink
    1 de maio de 2010 04:52

    O homebirth europeu, que eu fiz, nao e so feito na cama, mas sim onde A MAE quizer, geralmente no homebirth pack vem ate uma piscina com termometro e tals e eh feito por 2 parteiras.

    • Aninha permalink*
      1 de maio de 2010 11:44

      Que interssante, Patrícia!

      Você poderia dar mais informações sobre o país em que o seu parto foi feito e se os sistema de saúde pública cobre e indica o procedimento de parto NA ÁGUA?

  6. Mariana permalink
    1 de maio de 2010 11:05

    Aninha, percebo que vc gosta de pesquisar e vai em busca de evidências científicas, que tal ler esse artigo que também contém evidências científicas sobre o assunto. Sem pretensões, mas talvez venha acrescentar a sua discussão.
    http://guiadobebe.uol.com.br/parto/parto_em_casa_e_seguro.htm
    Um abraço
    Mariana

    • Aninha permalink*
      1 de maio de 2010 11:55

      Muito bom o artigo do UOL, Mariana! Muito obrigada pela indicação!

      Gostei especialmente da inclusão dos links para os papers originais nos periódicos científicos. Não é comum que jornalistas façam isso, que bom que uma MÉDICA escreve artigos embasados cientificamente nesse veículo de grande circulação!

      Destaco os seguintes pontos do texto que CORROBORAM o que EU DISSE NO MEU POST:

      “os partos domiciliares assistidos por parteiras têm os mesmos resultados perinatais que os partos hospitalares de baixo risco”

      “Parteiras treinadas ou midwives, em diversos países, são aquelas profissionais que cursam em nível superior o curso de Obstetrícia e são treinadas para atender partos de baixo-risco e, ao mesmo tempo, desenvolvem habilidades específicas para identificar os casos de alto-risco, providenciar suporte básico de vida em emergências, tratar potenciais complicações e referenciar ao hospital, quando necessário.”

      “Embora não haja necessidade de equipamentos sofisticados ou de UTI à porta da casa da parturiente, o material básico de reanimação neonatal é providenciado pelas parteiras certificadas.”

      Mas é uma pena que o artigo não fale NADA sobre o procedimento do parto NA ÁGUA.

  7. Letícia Sallorenzo permalink
    1 de maio de 2010 11:58

    Obrigada pelo patinho, Renata, mas eu prefiro um competente obstetra na hora do meu parto. Cer-te-za que me será muito mais útil.

  8. Ric Jones permalink
    1 de maio de 2010 12:04

    Letícia:
    Vc escreveu com ironia e deboche que “Adoro quando apenas algumas pessoas*iluminadas* detêm o conhecimento de causa – qualquer causa.” Mas, curiosamente, foi exatamente o que vc fez ao determinhar que uma “doutoranda” não poderia receber o conselho de se aprofundar mais em um dceterminado assunto (um ode à autoridade). Portanto, esperaria de vc um pouco mais de coerência. Eu, particularmente, vejo o texto da Sra Aninha como um grande sintoma sobre as questões femininas, inserido num processo histórico em que o feminino está à deriva e em busca de soluções. A ablação da menstruação, a perda da vivência do parto, o demérito da amamentação, a alienação do processo para os homens (a medicina como sendo um projeto social fálico) e a negação do parto como evento sexual se encaixam neste processo. Mas, longe de mim refutar o debate sobre tais assuntos. Eu, inclusive, acho muito natural – e inclusive bom – que tais temas sejam abertamente debatidos na Internet, pois só assim o feminino ressurgirá como um modelo mais forte na cultura. Quanto à pesquisa científica sobre o tema “parto domiciliar” eu acho uma lástima que o viés tenha sido tão evidente na busca por respostas. Basta pesquisar na biblioteca Cochrane para ver a infinidade de GRANDES estudos, que envolvam mais de 5000 mulheres para ver que os partos domiciliares PLANEJADOS são MAIS seguros que os hospitalares. Os trabalho que foram listados aqui são do conhecimento daqueles que estudam partos, e apenas demonstram falhas localizadas (por exemplo, o da Austrália, que demonstrava falta de treinamento adequado) e não do processo em si. Gisele Bundchen fez a escolha mais SEGURA para si e para o seu bebê, e não um modismo. Aliás, as críticas foram essencialmente tupiniquins, pois a grande imprensa americana reconheceu no fato um DIREITO e uma ESCOLHA CONSCIENTE, e os médicos de lá (que estudam este assunto) reconheceram a segurança de tal determinação. A dificuldade de enxergar o que os trabalhos recentes (Canada-USA, Vancouver e Holanda) apontam, isto é, a segurança superior do ambiente familiar quando comparado ao hospital, é que faz ver que o texto inteiro da Sra Aninha é um sintoma da autora sobre suas dificuldades com os ritmos e as particularidaes femininas.
    Eu também acho muito difícil ser uma mulher. Talvez por esta razão “escolhi” ser homem antes de chegar aqui. Entretanto, negar o nascimento, negar os ciclos, negar a amamentação não tornará a tarefa mais fácil; apenas transformará as mulheres em pseudo-homens ridículos, prepotentes e tristes. (Não estou me referindo à Sra Aninha, mas àqueles que negam estes temas todos de forma renitente)
    Debater o feminino é tarefa nobre, e disso nunca reclamarei. Mas acredito que observar as próprias motivações e aprofundar-se na pesquisa é demonstração de honestidade científica fundamental. Sem elas apenas reproduzimos o que nossos preconceitos determinam.
    Abraços e bom trabalho.
    Ric Jones, obstetra

  9. 1 de maio de 2010 12:09

    Oi Aninha,

    nem sei como cheguei aqui, mas lá vai meu comentário.

    Acho que vc mesma deve saber o quanto esses assuntos que falam sobre a identidade feminina mexem com a gente e acho que essa polêmica toda que seu post gerou é super positiva, pois coloca todas nós para pensar.

    Na área da saúde, como em todas as áreas da vida, existem correntes e ideologias e nós nos pegamos àquelas que mais nos identificamos, super normal isso.

    Mas acho que a questão que pegou mesmo, e acabou virando polêmica, é que uma coisa é ideologia pura, escolha de vida, corrente a seguir…. Outra coisa é falarmos de verdade absoluta.

    Entendo o seu posicionamento, de achar que menstruar é desnecessário e que pode ser abolido, entendo pensar que parir em casa é arriscado, que gera medo, que é perigoso, sujo… Isso é a sua opinião, e blog é para isso mesmo, expormos a nossa opinião.

    Porém, se vc pesquisar um pouco mais ( o que não quer dizer que vc não pesquisou, mas talves existam lugares e lugares para pesquisarmos) vc vai encontrar coisas bem diferentes das que vc disse.

    Muito longe de ser asséptico, sujo ou o que for, o ambiente de nossa casa contém exatamente os microorganismo que estamos acostumadas a lidar, temos anticorpos para eles e , por isso, parir em casa não é parir num ambiente perigoso. Em contra partida, em um hospital temos microorganismos de todas as espécies e que, exatamente pelos métodos que pretendem transformar o hospital em asséptico, ficam fortalecidas, por isso a infecção hospitalar mata tanto.

    Outra coisa, o parto domiciliar é uma pratica sim recomendada pelos médicos e agentes de saúde, inclusive se vc procurar os protocolos da OMS (Organização Mundial de Saúde) vai estar escrito que, para gestações sem risco o parto domiciliar é muito recomendado como uma maneira de prezervarmos a saúde.

    Mas como vc disse, o post não é sobre parto, então, se vc quiser falar mais sobre isso depois passa lá no meu blog que eu vou adorar, pq AMO falar sobre parto.

    Bjs, Gabi

    • Aninha permalink*
      1 de maio de 2010 12:22

      Bom dia, Gabi!

      Pois é… Justamente como você disse: “o PARTO DOMICILIAR é uma pratica sim recomendada pelos médicos e agentes de saúde, inclusive se vc procurar os protocolos da OMS (Organização Mundial de Saúde)”

      Pena não haver nada sobre o procediemnto de parto NA ÁGUA! Se você encontrar, por favor me envie, pois eu procurei muito uma informação no site da OMS sobre o PARTO NA ÁGUA e não encontrei nada.

      Está muito interessante o debate. Vou sim no seu blog! Obrigada pelo convite!

  10. Ric Jones permalink
    1 de maio de 2010 12:10

    Sra Aninha

    O ônus da prova está com a senhora.
    Prove que o parto na água prejudica tanto mãe quanto bebês.
    Prove que este modelo, que tem tantos adeptos no mundo, produz riscos aumentados.
    Para cada caso de “legionella” listado aqui eu lhe mando dois milhões de casos de streptococcus adquiridos em hospital. Entretanto, nem eu tenho coragem de ABOLIR partos hospitalares…
    Acho que sua linha de pesquisa precisa se sofisticar…
    Estes estudos não parecem oferecer qualidade adequada.
    Aliás… quem disse que a contaminação do bebê é ruim para ele?
    Leia “A Imunologia do Leite Materno” do professor da Universidade de Gottemburgo (Prof Lars). Ele diz exatyamente o oposto: a contaminação do bebê com bactérias anaeróbicas é fundamental para a proteção do bebê. Estas bactérias estão no intestino da mãe, e podem ocupar a pele para afastar as bactérias aeróbicas que competem por espaço.
    A água tem esta grande vantagem de espalhar essas batérias pela pele do bebê !!!!

    Abraços
    Ric

    • Aninha permalink*
      1 de maio de 2010 12:26

      Bom dia, Ric!

      A falácia da inversão do ônus da prova também é muito comum nesse tipo de debate. Na prática científica, aquele que propõe a existência de um fenômeno (ou a eficácia de um procedimento) é que fica imediatamente responsabilizado de demonstrar através de pesquisas com métodos comprovados que tal fenômeno existe (ou que tal procediemnto é de fato eficaz).

      Obrigada pela visita!

  11. Ric Jones permalink
    1 de maio de 2010 12:13

    Uma descrição das razões pelas quais vc escreveu este POST:

    “Mas tem gente que prefere basear sua identidade feminina em sofrer de cólica e de dor de cabeça cinco dias por mês, ficar mal-humorada e se entupir de chocolate, aumentar seu risco de ter endometriose e ovário policístico, a sofrer durante horas num trabalho de parto… Percebe que parece que a identidade feminina é baseada em sofrimento? Ah, não. Obrigada. Diria minha avó: vai catar coquinho na ladeira, vai caçar sapo com bodoque, vai ver se eu tô na esquina de pijama!”

    É isso o que eu falei sobre basear um estudo na sua subjetividade, nas dificuldaes que vc observa em si mesma…

    • Aninha permalink*
      1 de maio de 2010 12:28

      Oi, denovo, Ric!

      Você pode, por favor, indicar qual ESTUDO citado no post foi baseado na MINHA subjetividade e nas MINHAS dificuldades pessoais?

      Um abraço!

    • Aninha permalink*
      1 de maio de 2010 12:42

      Bom dia, Elly!

      A Mariana, uns nove comentários acima, já mandou o link para esse artigo. Suba um pouquinho e leia a discussão, está muito interessante!

      Abraço e obrigada pela visita!

  12. 1 de maio de 2010 12:49

    ooopa…ótimo!
    Aliás muito produtivo e rico o debate por aqui. Até o Dr. Ric já está aqui! Quem sabe a própria Melânia não venha também, apesar de estar ocupada gestando o seu rebento, mas quem sabe!

  13. Michele permalink
    1 de maio de 2010 13:14

    Nossa, que depressão ler tanta bobagem junta…

    Fico chocada de me deparar com mais um exemplar de mulher totalmente despessoalizada, imersa na ignorância que descende do tipo de feminismo mais burro que já existiu…

    Essa mulherada mordida com o parto da Gisele Bundchen é digna de pena, preferem ironizar e debochar pra não encarar que morrem de inveja do poder feminino das outras, rsrs. Melhor entregar tudo nas mãos dos “dotô” e da “ciência” mais conveniente aos homens e ficar assim bem mansinha, né? Sem cólicas e dores não porque é bem resolvida com a feminilidade mas porque se emboleta de hormônios sintéticos, não menstrua, não pare seus filhos, não amamenta, fica ali toda plastificada conservando a joinha da filhinha da mamãe que não suporta as dores do mundo, pobrezinha… Que ilusão!

  14. 1 de maio de 2010 14:13

    Po…esse post ficaria tão legal no http://researchblogging.org/ ;)

    Faço um convite oficial. Se tiver interesse, dá uma olhada aqui: http://portuguese.researchblogginglanguages.org/

    Abraços e parabéns pelo post!

    • Aninha permalink*
      1 de maio de 2010 14:19

      Valeu, Luiz Bento!! Ontem a Sibele falou a mesma coisa. Mas eu achei que ainda não estava “no ponto” para o ReseachBloggingBr…

      Maaaassss… agora com tanto convite (até o Karl me deu medaglia!! HAHAHA…) eu vou lá registrar o bichinho!!!

      Obrigadão!!!

  15. Andressa permalink
    1 de maio de 2010 14:22

    Aplausos para o Dr. Ric. Todo cientista pensa que sua verdade é onisciente, acham que são os únicos que sabem a verdade e pior escrevem como se não existissem provas que refutam o seu texto. Cientista burro é exatamente isso aqui, se atem aos resultados de algumas pesquisas e se esquece de que outros estudos podem provar o contrario com a mesma força que aqueles. Cientista bom escuta, estuda e retifica sua opnião pois a contrariedade fática das provas engrandece os estudos e benefícios para a sociedade. Isso é um exemplo clássico da síndrome dos que acham que sabem de tudo

  16. Ric Jones permalink
    1 de maio de 2010 15:25

    Carissima Aninha:
    Nenhum estudo apresentado por você demonstra as suas dificuldades pessoais (mas talvez as agruras de quem os escreveu…). Não me referi aos estudos (que como eu disse são todos ruins, pois carecem de abrangência, atualização e avaliação desenviezada), mas à sua própria busca desta temática para debater e questionar. Minha visão foi menos técnica e mais psicológica. A frase que você escreveu apenas levanta a suspeita de que você parece ter sérios problemas relacionados à vivência da feminilidade, e por isso quer questionar tal questão em todas as outras mulheres. No fundo o que vc parece dizer é: “Se eu tenho dificuldades com o meu feminino, então todas vocês devem ter. Se meus partos foram dolorosos, se minha menstruação dói, se engordo de tanto comer chocolate – para satisfazer algo que nem ouso perguntar – então ser mulher é mesmo muito ruim. Melhor então exterminar estas coisas, pois assim ninguém as terá. Melhor fechar os olhos para todos os relatos de mulheres que tiveram prazer em seus partos, ou que vivenciam cada menstruação como período de renovação. Isso não existe, e ponto final”. Eu acharia mais interessante que você procurasse entender melhor o que existe de desacertado com suas vivências do que tentar escarnecer e debochar daquilo que forma a identidade feminina.
    Aliás… já que você falou mais uma vez de “estudos”, que tal acrescentar os documentos abaixo entre as suas referências, incluindo-se aí a declaração da “ministra da saúde” da Inglaterra a respeito do incentivo ao parto domiciliar. Ou então o estudo retrospectivo de 500 mil partos domiciliares na Holanda.
    Quanto a mudar o “status quo” é daqueles que criticam o parto na água a tarefa de provar que isso, que é realizado há centenas de milhares de anos tem algum risco aumentado para mães e bebês.
    Um grande abraço e continue seu trabalho com devoção e mente aberta.
    (os numeros abaixo referem-se às indicações bibliográficas do capítulo do livro do prof Marcus Renato de Carvalho sobre “Amamentação e o Continuum da Humanização” a ser editado em breve

    31.http://www.independent.co.uk/life-style/health-and-families/health-news/hewitt-unveils-full-range-of-birth-choices-443153.html (acesso 15/mar/2010)
    32.http://www.abc.net.au/stateline/wa/content/2006/s1929033.htm (acesso em 15/mar/2010)
    33.de Jonge A, van der Goes B, Ravelli A, Amelink-Verberg M, Mol B, Nijhuis J, Bennebroek Gravenhorst J, Buitendijk S, Perinatal mortality and morbidity in a nationwide cohort of 529688 low-risk planned home and hospital births. Brit Journal Obstetrics and Gynecology 2009, p9
    34.Johnson, K.C. and B.A. Daviss 2005 Outcome of Planned Home Births with Certified Professional Midwives: Large Prospective Study in North America. British Medical Journal. 330 (7505): 1416-1422.
    35.Patricia A. Jansen, Lee Saxell, Lesley Page, Michael Klein, Robert Liston, Shoo Lee 2009. “Outcomes of planned home birth with registered midwife versus hospital birth with midwife or physician.” CMAJ 2009.DOI:10.1503/cmaj.081869

  17. angela permalink
    1 de maio de 2010 15:36

    Andressa, “Todo cientista” não, calma lá!
    Fico chateada que pessoas como a autora desse post, que se auto-intitulam “cientistas”, colaboram para a má-fama da classe dos cientistas.
    Ela é doutoranda e, portanto, uma estudante ainda. Precisa estudar muito ainda, amadurecer e se tornar uma cientista de verdade. Ela se aproveita do fato de fazer parte de 0,01% das pessoas que faz um doutorado para poder se achar mais sabida que os outros.
    Bem, se fosse mesmo mais sabida que os outros não estaria falando com essa propriedade toda, e tratando as pessoas dessa maneira.
    E não estaria escrevendo um blog metido a científico com expressões do tipo “bagarái”.

  18. angela permalink
    1 de maio de 2010 16:00

    Ah, sim, Aninha, e porque vc só citou os artigos que descrevem problemas relacionados ao parto na água (inclusive um deles sendo um estudo de caso de 1997)?
    Que tal dar uma olhada em outros também?

    Perinatal mortality and morbidity among babies delivered in water: surveillance study and postal survey
    http://www.bmj.com/cgi/content/full/319/7208/483

    Maternal and neonatal infections and obstetrical outcome in water birth
    http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6T69-4M93PH7-1&_user=5674931&_coverDate=09%2F30%2F2007&_rdoc=1&_fmt=high&_orig=search&_sort=d&_docanchor=&view=c&_acct=C000049650&_version=1&_urlVersion=0&_userid=5674931&md5=68d1b46e651f2927481f6d55eed92638

    Ah, e o artigo “Water birth–is it safe?” é de 1993, e o autor fala que existem poucos estudos. Pois é, em 1993 existiam poucos estudos. Mas estamos em 2010.

    Por fim, peço a você que que leia a seguinte carta, à revista Pediatrics, que pelo visto se tornou bastante famosa atacando o parto na água:
    Strong Opinions Versus Science in Water-Birth Controversy
    http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/full/116/2/522-a

    • Aninha permalink*
      1 de maio de 2010 17:16

      Olá, Angela!

      Realmente, para um artigo médico, 1993 é uma data já bem ultrapassada. Que bom que você trouxe referência mais atualizadas, isso enriquece muito o debate!

      Obrigada pela participação!

      • Mariah Araújo permalink
        2 de maio de 2010 04:54

        Enriquece o debate, obrigada.. blá, blá, blárgh.

        Enriquece o DEBATE? Pois você focou, com muita ÊNFASE, a cada comentário, sua grande preocupação com o artigo QUE TANTO QUERIA, e que NÃO ENCONTRAVA, e inclusive colocou, POR MUITAS VEZES, tudo em caixa ALTA, tamanha a sua FISSURA POR LOCALIZAR ARTIGOS acerca de PARTOS NA ÁGUA, posto que ainda NÃO TINHA ENCONTRADO. Agora que foram apresentados, JÁ LEU? Espero que esteja SATISFEITA com os ARTIGOS SOBRE PARTO N’ÁGUA.

        O que você procurava neles?

        • Aninha permalink*
          2 de maio de 2010 11:14

          1. “Fissura por localizar artigos” = responsabilidade com a informação embasada em evidências.

          2. “Espero que esteja satisfeita com os artigos sobre o parto na água” –> estou satisfeita por eles existirem. Já que existem tanto evidências pró e contra, há a necessidade demelhor avaliação das metodologias e procedimentos adotados nos estudos. A questão é, no mínimo, controversa. Não se pode afirmar categoricamente que seja um procediemnto seguro. (De resto, em Ciência, ao contrário do que se vê no achismo xiita apresentado aqui, não se pode afirmar categoricamente coisa nenhuma.)

          3. Quem se incomoda com a gentileza alheia, ou está procurando briga, ou demonstra apenas a ignorância com que foi educada.

  19. Ric Jones permalink
    1 de maio de 2010 16:18

    Uma idéia:

    Se você retirar seu útero, seus ovários (dá pra fazer de uma tacada só) e fizer uma mastectomia radical (outra barbadinha) você terá inequívocos benefícios para a sua saúde. Por exemplo: você diminui em 100% a chance de ter câncer de mama, ovários e útero. Não vai mais menstruar e nem ovular. Terá a oportunidade de viver sem o fantasma de cânceres “tipicamente femininos”. Poderá (que honra) morrer de forma digna, como os homens, de câncer de pulmão, estômago e, que sabe num futuro próximo, de cancer de próstata (ainda farão uma prótese como essa para acabar de vez com essa mania “new age” de ser “mulherzinha”).
    Quanto às ablações daquilo que diferencia vocês mulheres de nós, homens, mesmo que concordemos que elas podem diminuir (senão exterminar) os problemas relativos às doenças decorrentes destes órgãos, não seria um preço alto demais a pagar?
    Para que a senhora não coma tanto chocolate, não tenha dores de cabeça, não engorde e nao fique mal humorada, é justo recomendar à todas as mulheres que esqueçam a sua feminilidade e façam a “ablação química” da conexão entre a sua biologia e o seu psiquismo?
    Não seria mais correto perguntar-se porque sua feminilidade oferece tanta incomodação e dor (quando não humilhação e tristeza) ao0 invés de oferecer alegria e crescimento? O testemunho de tantas mulheres que conseguem isso não lhe traz alguma curiosidade?
    Pense… é a menstruação que causa tanto sacrifício para esta mulher, ou é esta mulher que despeja na menstruação tanta frustração?

    Preferes mesmo pagar este preço?
    Ric

    • Aninha permalink*
      1 de maio de 2010 17:13

      Olá, denovo, Ric…

      Muito obrigada pelas indicações de referências, ajudam muito no debate e com certeza quem se interessar pelo assunto e quiser ter opiniões diferenciadas vai encontrar muito material por aqui.

      Quanto às suas críticas neste e nos comentários anteriores, peço que você tenha a gentileza de ler meu post com a mente mais aberta e menos carregada de estereótipos anti-cientificistas (tipo assim, a mesma postura que você vem exigindo de mim desde o início do debate) e perceba qual é a MINHA definição do conceito de feminilidade. Se puder fazer isso, concordará comigo que estamos partindo de pressupostos muito diferentes, e portanto, a discussão torna-se inútil já que não estamos falando do mesmo assunto.

      A estratégia de desqualificação do autor, usada por você e por outras pessoas aqui nos comentários, é um dos outros erros lógicos cometidos com muita frequência nesse tipo de meio de comunicação (blogs) e eu pretendo não ser conivente com ela e apontá-la sempre que for necessário e possível. Além de ser inútil enquanto argumento, é bem cansativa de ouvir quando incessante e insistente.

      Do meu ponto de vista teórico e epistemológico, como pode ser inferido diretamente tanto deste como dos demais posts neste blog, a expressão “conexão entre biologia e psiquismo” não se coloca como possibilidade, já que o fenômeno psicológico é de mesma natureza que o fenômeno biológico, faz parte dele.

      O que está muito claro no post (e, de resto é a idéia geral deste blog) é que a suspensão da menstruação é uma opção viável, e que há estudos indicando que não há problemas consequentes advindos do método. E ainda, que do ponto de vista psicológico não há nada que impeça uma mulher de basear sua feminilidade em outros aspectos da vida que não a menstruação. Sim, eu recomendo – desde que com indicação e acompanhamento médico. Sim, me sinto muito melhor, mais feliz e mais confortável com a opção. Não, não estou amarrando ninguém no pé da mesa para que faça o mesmo.

      Obrigada, novamente, pela visita!

      Tem sido um debate muito proveitoso!!!

  20. Letícia Sallorenzo permalink
    1 de maio de 2010 20:19

    Prezado Dr. Ric Jones, vamos lá:

    Antes de mais nada, permita-me apresentar: meu nome é Letícia. Sou jornalista.

    Informação é meu trabalho. Credibilidade, minha ferramenta. Confio, portanto, em pessoas que apresentam critérios confiáveis de seleção de informação – cientistas estão no topo de minha lista de confiabilidade. Daí minha afinidade com a Aninha. Minha falta de afinidade vai com toda e qualquer pessoa que, sem saber com quem fala, resolve taxar seu interlocutor de ignorante e desinformado pelo simples fato de o interlocutor não defender este ou aquele tipo de parto – para mim, além de arrogância, isso é perigoso do ponto de vista médico – do ponto de vista ético e pessoal creio ser um comportamento típico de seita religiosa, daquelas que só entendem Deus de uma forma – todas as outras formas são o diabo.

    Por ser jornalista praticante, não admito ser taxada de desinformada ou de ignorante por ninguém. Sei como correr atrás de informação. Sei onde e como procurar fontes gabaritadas para me passarem informações precisas. Quem me taxa de desinformada, burra ou ignorante tem de mim meu total desprezo e despeito – daí minha ironia e meu deboche no outro comentário.

    Corri atrás de muita informação para decidir por qual tipo de parto optar. Me aprofundei e muito em todos os tipos de parto para decidir, junto com minha médica, por qual optar. Não deleguei essa decisão a ninguém, apenas a discuti com uma pessoa gabaritada.

    Durante minha busca por informações, fui bombardeada por muitas mulheres (poderia escrever aqui uma série de adjetivos, mas abstenho-me) que me afirmavam categoricamente que eu TINHA que escolher o parto natural porque seria o melhor para mim e para meu filho, e porque eu só iria me descobrir no momento em que eu sentisse dor etc e tal.

    Achei isso uma temeridade. Um monte de mulher que nunca me viu na vida, não me conhece, não sabe meu histórico médico, nem nunca viu nem um exame de sangue meu me oferecendo consultas médicas não-solicitadas. Eticamente temeroso, para dizer o mínimo.

    Eu NUNCA, JAMAIS, EM TEMPO ALGUM DISSE pra NENHUMA AMIGA: “faça cesárea” ou “faça parto normal”. Por um motivo muito simples: NÃO SOU CAPACITADA PARA ISSO. NÃO TENHO HABILITAÇÃO NEM CONHECIMENTO PARA TAL. A única coisa que eu sempre repito para qualquer amiga que está grávida é: “Conversou com o seu médico? O que ele disse?”

    É por isso que eu quero realmente ouvir a Gisele Bundchen. Do jeito que ela contou, parece que quando ela entrou em trabalho de parto ela correu sozinha pra banheira da casa dela, encheu de água e ficou lá dentro até o bebê sair.

    É esse tipo de informação sobre o parto domiciliar que deve ser propagada e venerada? Eu discordo. Acho que a Gisele deve contar TUDO – desde o resultado positivo do BetaHCG até os exames e consultas pré-natais, e, principalmente, como ela foi assistida na hora de dar à luz.

    Tenho muito respeito pela mulher que me contar que teve um parto domiciliar, como foi, quem a estava assistindo, e, principalmente NÃO ACHAR QUE ESTA É A ÚNICA FORMA DE SE TRAZER UM FILHO AO MUNDO. Aquela mulher que resolver arrotar pseudo-sabedoria e superioridade por fazer parto domiciliar terá de mim o meu mais profundo desprezo. Porque é uma mulher que não compreende que o universo feminino é amplo, plural e variado. é uma mulher incapaz de entender que cada corpo é uma bomba particular de hormônios, e que eles dançam de forma especial – portanto, determinadas práticas que dão certo com, por exemplo, Gisele Bundchen, não darão certo com, por exemplo, Preta Gil, sei lá.

    Toda e qualquer mulher que souber respeitar a mim e a meu corpo, principalmente minhas decisões a respeito de meu corpo será por mim respeitada. Meu respeito, portanto, pela Aninha, que soube respeitar minhas decisões todo o tempo.

    Não admito, portanto, que desconhecida NENHUMA vire pra mim e me diga que eu não devo confiar na minha médica porque ela mente pra mim. Por que acreditar ou mesmo dar ouvidos a uma desconhecida que me diz que eu não devo confiar na ginecologista que me acompanhou por seis anos da minha vida, desde o momento em que a inseminação artificial ainda era uma opção para mim (viu só? histórico médico…) porque ela mente para mim?!?!?

    Em quem o senhor confiaria? Na sua médica, que sempre esteve ao seu lado, inclusive nos momentos mais difíceis, ou nessa moça?

    Daí eu lhe pergunto: E se meu corpo, de fato, não tiver estrutura para aguentar um parto natural? e se eu sofro de diabetes? e se tenho pressão alta? e se, no final das contas, meu corpo realmente não aguentar um parto natural nem normal, e eu tiver que fazer uma cesárea? Como fica a coisa?

    Agora, imagine o senhor que, além de inelegível para o parto natural, eu seja uma mulher com a auto-estima embaixo do pé, totalmente influenciável por esta ou aquela pessoa, e me deixei influenciar pela máfia do parto natural. E, no final das contas, quando alguém me disser que eu tenho que fazer cesárea, eu bater o pé e afirmar que vou seguir com o trabalho de parto até o final? E se, por conta dessa decisão errada, eu e/ou meu filho morrer, ou pior: meu filho nascer com problemas neurológicos? O senhor aguentaria esse fardo na sua vida? Olhar para o seu filho todos os dias e descobrir que ele é defeituoso por causa de sua teimosia – ou de seu “empoderamento”?

    É por essas e por outras que eu acho temerário tanto a Gisele Bundchen deixar a história do parto dela mal contada como mulheres leigas levantarem a bandeira de parto natural. São duas vidas em jogo – uma delas, a de um inocente.

    é isso. espero que o senhor tenha compreendido meu ponto de vista: se o parto natural é realmente tão maravilhoso, que ele seja defendido de forma mais ponderada e por pessoas mais confiáveis do que as que até agora me vieram defender essa idéia.

    Atenciosamente,
    Letícia Sallorenzo

  21. MCWB permalink
    1 de maio de 2010 20:37

    Uau. Cheguei realmente tarde!

    Bem, agora que alguns dos maiores especialistas em partos deste país (e deste mundo) já visitaram a sua página, sinta-se realmente lisonjeada! Eu ficaria!
    Em boca fechada não entra mosca.

    Hasta, me voy a dormir.

  22. Ric Jones permalink
    1 de maio de 2010 21:33

    “E ainda, que do ponto de vista psicológico não há nada que impeça uma mulher de basear sua feminilidade em outros aspectos da vida que não a menstruação. Sim, eu recomendo – desde que com indicação e acompanhamento médico. Sim, me sinto muito melhor, mais feliz e mais confortável com a opção.”

    Era isso que eu supunha, e que eu acabei “adivinhando”….
    Era sintoma.
    Mas não se trata de “desqualificar” o oponente, mas interpretar as razões pelas quais você trazia este assunto, e de forma pouco respeitosa. Vamos combinar que chamar o fluxo menstrual de “chico” e mandar as pessoas que tem questões – não faladas – a resolver com sua feminilidade através de chamados à “vai catar coquinho na ladeira, vai caçar sapo com bodoque, vai ver se eu tô na esquina de pijama” etc, não é exatamente um primor de educação. Mas a sua manifestação “anti-feminina” não está de modo algum isolada no contexto atual. O fenômeno “Gisele” acabou tirando este tipo de texto do armário. Se vc procurar na Internet vai observar que textos iguais ao seu existem aos milhares. Entre eles o tristemente lembrado da Fernanda Torres ou daquele ortopedista do Rio que falou mal do “parto em casa” e se deu muito mal, porque recebeu algo parecido com o que você recebeu aqui: respostas que aprofundavam o assunto com muito mais propriedade que o próprio articulista. Enquanto o médico carioca trazia comentários baseados em “achismos” as mulheres que “colaboraram” com o blog traziam embasamento científico ATUALIZADO e argumentação de qualidade.
    Eram, entretanto, óbvias as razões pelas quais ele achincalhava o parto domiciliar. O parto no domicílio representava um claro enfrentamento ao poder hegemônico da biomedicina tecnocrática drogal que usamos na modernidade. É um nascimento que produz cidadãos, e não “pacientes”. É um nascimento em que a mulher pode exercer plenamente seu protagonismo, ao contrário da alienação que observamos no parto institucional. Outro ponto importante, mas curioso, é notar como o seu discurso o tempo todo frisa uma subserviência ao poder médico, como uma filha comportada que não ousa desobedecer 0 pai. Você diz ” Isso se faz INDO AO MÉDICO (ênfase sua) e discutindo com ele sobre a possibilidade de se tomar anticoncepcionais de uso contínuo…” e isso me lembra a cena da menina, tremendo dos pés à cabeça, indo ao pai e discutindo com ele se pode ou não namorar. Céus: as mulheres têm que discutir com seu médico se podem ou não sangrar todos os meses!!! E eles acabam assumindo o poder de controlar a sangue que escorre das mulheres, generosa e graciosamente oferecido por elas.
    É por isso que as verdadeiras feministas prezam tanto seus ciclos, pois sabem da potencialidade revolucionário que eles contêm.
    Aliás, eu bem entendi que você não pretende “espalhar” essas idéias a todas as mulheres, até porque isso parece pouco factível. Mas é interessante que, assim como a Fernanda, suas dificuldades pessoas (no parir e no menstruar) as levaram a perceber que é no MECANISMO a falha, e não no psiquismo e na subjetividade que subjaz por detrás do evento. Para não ter que questionar as dificuldades no parir e no ciclar voltamos com o velho tema da defectividade essencial da mulher: mulheres são a falha, o erro, o absurdo, o vazio, a incompletude e o fracasso. Exatamente aquilo que biologicamente e PSICOLOGICAMENTE diferencia os gêneros, na mulher fez-se equivocado. E viva Santo Agostinho !!!
    Não se trata de desqualificar o interlocutor, mas de tentar entender porquê você e outros resolveram escrevar sobre este tema, com claro demérito e desqualificando os ciclos vitais femininos. Infelizmente eu estava certo: o que tornava necessário tal manifestação era a inconformidade com o que a natureza havia lhes oferecido.

    Um grande abraço

    Ric Jones

    • Aninha permalink*
      2 de maio de 2010 02:28

      Boa noite, Ric…

      Mais uma vez, vamos lá…

      1. Tenho um círculo de amizades femininas relativamente grande, constituído de mulheres das mais diversas idades, religiões, cores, personalidades e orientações sexuais. Todas elas sem excessão dão nomes “carinhosos” ao seu período menstrual. Chico, período, maré vermelha, fechada pra balanço, etc. Procurar significados ocultos em expressões simplesmente linguísticas não me parece a melhor forma de “interpretar as razões” pelas quais as pessoas usam esses apelidos para a sua própria menstruação. O senhor, como profundo sabedor das teorias psicanalíticas, deve conhecer o autor da frase: “As vezes, um charuto é só um charuto”.

      2. Em nenhum momento eu mandei as pessoas que “têm questões – não faladas – a resolver com sua feminilidade” catar coquinho. Eu mandei pessoas que têm questões explícitas com a racionalidade e o bom senso catar coquinho.

      3. Peço o obséquio de não tentar “interpretar as razões pelas quais” eu resolvi tratar deste assunto no meu blog, porque o senhor o faz de forma obtusa, enviesada e baseada apenas nas suas próprias informações pré-concebidas sobre o “psiquismo” feminino. Tenho convicção de que, além de não ser pertinente como argumentação neste debate, o senhor não tem dados suficientes para tal. E, principalmente, porque tais “interpretações” recaem constante e consistentemente na falácia da desqualificação do autor. Assim vou começar a pensar que o senhor pode ter questões mal resolvidas com mulheres que se opõem ao feminismo romântico, ou que usam sua racionalidade para expor seus argumentos. Isso me cheira a formação reativa…

      4. Desconheço tanto o texto de Fernanda Torres, quanto o da referida ortopedista. Se o senhor puder me mandar os links, eu agradeço.

      5. Quanto à sua colocação: “Céus: as mulheres têm que discutir com seu médico se podem ou não sangrar todos os meses!!! E eles acabam assumindo o poder de controlar a sangue que escorre das mulheres, generosa e graciosamente oferecido por elas.” – Acho temerário, para dizer o mínimo, que um médico esteja publicamente defendendo que mulheres NÃO discutam questões de saúde com seus MÉDICOS. Quero acreditar, sinceramente, que não foi isso que o senhor quis dizer.

      6. Novamente, quero enfatizar que os conceitos contidos na frase “no psiquismo e na subjetividade que subjaz por detrás do evento” já foram definidos do ponto de vista teórico e epistemológico adotado no post e no blog. E, novamente, apelo para que o senhor LEIA o que foi realmente escrito no texto. Caso contrário, poderei supor que o seu problema com minhas afirmações é menos de epistemologia científica do que de compreensão textual. (Viu? Também sei fazer argumentos ad hominem!)

      7. Por favor, defina a expressão “ciclos vitais femininos”.

      Boa noite!!

  23. Ric Jones permalink
    1 de maio de 2010 21:48

    Pensando bem…

    No caso do ortopedista aconteceu algo semelhante ao que está ocorrendo aqui.
    Depois de uns 50 posts de diversos colegas, defendendo a livre determinaçvão das mulheres, a segurança no parto domiciliar, a importância de se defender a natureza humana da natural violência que ocorre contra ela, ele começou a usar de um recurso interessante.
    Ele começou a rir, parou de responder e só dizia: “viu como estou dando ibope?”
    Bem…
    Acho que debater com pessoas que se mostram debochadas (“o que eu estou demonizando é o monte de “métodos alternativos” para dar à luz, quase assim uma homeopatia-ortomolecular-do-parto, sabe?”) superficiais, e arrogantes não pode estar certo.
    Pior: uma pessoa que sendo “doutoranda” acredita que isso lhe confere alguma capacidade superior de raciocinar não pode ser levada muito a sério. Doutora: mais humildade lhe faria bem.
    Digo isso e me despeço. A Melânia tem razão, e meu avô também tinha. Não se gasta pólvora em chimango. Não cometerei o mesmo erro da outra vez em que debatemos com alguém que muito cedo perdeu os argumento e ficou a rir-se da falta do que dizer.

    Abraços e felicidades
    Ric

    • Aninha permalink*
      2 de maio de 2010 02:34

      Só um adendo: até agora eu não entendi onde é que esse povo LEU no post ou nos meus comentários que eu, por ter qualquer tipo de título acadêmico, acho que isso me “confere alguma capacidade superior de raciocinar”?!?!

      Ou, até mesmo, que eu estou afirmando categoricamente que a suspenção da menstruação serve para todas as mulheres indiscriminadamente?!?! Ou ainda mais, que eu esteja EXIGINDO que as mulheres adotem a suspenção da menstruação?!?!

      Têm certeza MESMO que vocês LERAM o texto?!?!

  24. Julia permalink
    1 de maio de 2010 22:44

    A discussão está interessantíssima e agradeço a todos os envolvidos.
    Ainda não tenho posição definida a respeito desses temas e a argumentação e as referências (principalmente as referências) estão me ajudando a refletir.

    Só queria deixar claro alguns pontos:
    1. A questão a respeito de quais condições são as necessárias e/ou mais adequadas para um parto devem ser decididas com base no resultado de estudos científicos. Aqueles partos que forem mais seguros para a criança e para a mãe são os melhores e ponto.
    Argumentos relativos a “empoderamento” da mulher são pouco adequados para uma questão de saúde.

    2. Parabéns a Ana pela paciência em ensinar preceitos científicos básicos como a diferença entre fontes anedóticas e científicas, artigos da mídia e artigos de periódicos referenciados e ônus da prova.
    Fica a dica para o resto do pessoal: revisitem esses conceitos básicos da formação técnica-científica porque fica difícil discutir qualquer coisa sem isso.

    3. Doutor Ric (te chamaram de doutor antes, então suponho que você tenha doutorado), talvez você esteja bem intencionado ao questionar os post da Ana, mas, por favor, não use como “argumento” supostas considerações a respeito da feminilidade da autora. Esse tipo de “argumentação” consiste na famosa falácia ad hominem, quando a pessoa crítica o interlocutor e não o argumento.

    4. Angela, as afirmações a respeito do fato de que a Ana ainda é doutoranda e tem pouca experiência também constituem ad hominem. Tenho certeza que uma cientista consagrada como você pode prescindir desse tipo de falácia para criticar a argumentação.
    Da mesma forma, o uso de gírias em blogs não desqualifica o conteúdo da argumentação. Um blog não é, obviamente, um periódico científico e, portanto, não solicita nem exige o mesmo tipo de linguagem. Antes ao contrário, por se tratar de um meio informal, a utilização de português coloquial e gírias é indicada.
    Poderíamos criticar a autora se ela misturasse suas opiniões pessoais com a argumentação e/ou apresentasse afirmações supostamente científicas sem as devidas referências – coisa que ELA NÃO FAZ.

  25. Rener permalink
    1 de maio de 2010 23:06

    Eu realmente não entendi qual mulher que vê a sua própria menstruação como característica essencial de sua feminilidade. Pelo o que eu vejo, a maioria das mulheres não optam por deixar de menstruar porque seus médicos desaconselham (provavelmente sem evidência ciêntifica de que isso é benéfico ou prejudicial) ou por medo de ser prejudicial à saúde por ser não natural. Nunca ouvi nenhuma mulher se sentir menos feminina por não menstruar, ou se recusar a usar este método por este motivo.

    Se há estudos mostrando que é melhor, pior ou que não há diferenças a longo prazo sobre parar de menstruar, gostaria muito de saber. Estudos grandes, claro. E estudos de longa duração ou retrospectivos, pq a curto prazo, parece trazer mais benefícios que prejuízos.

    De qualquer forma, ao que me parece, o natural, biologicamente falando, é menstruar muito pouco na vida. O certo seria crescer, ovular, engravidar, parir, amamentar, e engravidar assim que voltar a ovular de novo.

    • Aninha permalink*
      2 de maio de 2010 02:40

      Boa noite, Rener!

      Dentre os estudos que encontrei na minha pesquisa, e também dentre os que eu já havia lido quando decidi por esse método, realmente não havia nenhum estudo com metodologia longitudinal, ou que acompanhasse as mulheres por tempo maior que um ano, se não me foge a memória.

      (Quanto a conhecer mulheres que “vêem a sua própria menstruação como característica essencial de sua feminilidade”, apresento-lhe algumas nos comentários acima.)

      Muito obrigada pela visita e pela participação no debate!

  26. Tatiana permalink
    2 de maio de 2010 00:36

    Querida Aninha, s[o um pequeno detalhe, o uso de contraceptivos orais juntamente com habitos da “vida moderna” como sedentarismo e tabagismo elevam significativamente o risco de AVE’s, enfartos e tromboembolismo, por essas e outras prefiro muito ser mulher, assumir meu periodo menstrual como uma renovacao do meu organismo, parir o meu filho no mais perfeito e seguro ambiente “meu lar”!
    Tatiana

    • Aninha permalink*
      2 de maio de 2010 02:42

      Você tem razão, Tatiana! Esse são efeitos colaterais do uso de anticoncepcionais orais em geral, tanto os de ciclo curto quanto os de uso contínuo.

  27. Elida permalink
    2 de maio de 2010 00:43

    Quase me confundi ao ler esse post idiota. Mas é claro que a autora não quer menstruar já viram a foto dela? Igualzinha um homem. Como é que um blog tão ruim assim se intitula cientifico? Como pode representar parte dos nossos cientistas? Muito fácil fazer ciência ao ler alguns textos, uns bem atrasados e decidir chegar a conclusões tão idiotas como essas. O Dr. Ric tem razão o problema dela é conflito de feminilidade ou será complexo mesmo? Tsc tsc…

  28. Mariah Araújo permalink
    2 de maio de 2010 03:04

    Um psicanalista acharia muita graça no texto da madame. Ao menos convidaria a moça para uma passadinha na terapia. Assim, depois do almoço. (E caso ela não esteja de TPM, jizuis! Tira esse bicho daí, tira esse bicho daí!)

    Ademais, vou grifar você, Júlia:

    “Aqueles partos que forem mais seguros para a criança e para a mãe são os melhores e ponto.
    Argumentos relativos a “empoderamento” da mulher são pouco adequados para uma questão de saúde.

    As pessoas se emponderam MEDIANTE algo. Se ancoram. Se a mulher se empondera mediante AS MAIS MODERNAS (e portanto, mais SEGURAS) MANIFESTAÇÕES CIENTÍFICAS, porque o argumento não serve?

    Fontes anedóticas, pois bem. Já clicou em um link que apontava para outro? Há! Parabéns, você acaba de desmistificar uma fonte improcedente. Mas… Oh, my! Eu DUVIDE-O-DÓ que você tenha SEQUER visitado a GOBE. Ainda bem que não sois preconceituosa.

    Gozado. Criticaste o Ric por destacar o LATENTE INCÔMODO com aquilo que é PRÓPRIO do feminino, na autora do tópico, ao passo que ela não pode ser apontada pelo homicídio de todos os outros “eus” femininos que rangem com essa tentativa de subversão da natureza?

    Oh, please!

    Outra, que de duas, uma: Quanto ao “por se tratar de um meio informal, a utilização de português coloquial e gírias é indicada”: Ou você fez questão de pular o conteúdo da girilândia, ou a senhorita está focando numa mesquinharia bem própria do “desmerecer interlocutor”. Você é boa, tinha coisa melhor e mais “grave” pra explorar do que esse LIXO intelectualóide que você veio vomitar aí.

    Pra finalizar, minha cara: Científico não é sinonímia para paradigmas dos Tempos da Brilhantina.

    Quanto à moçoila toda “emponderada em histórico médico” e ovelhinha fiel da sua doutora, muito me espanta que exija um relato de “procedimentos-de-segurança-do-parto-de-Gisele-Bundchen. Por dois motivos: Primeiro porque a estranheza da securidade no procedimento é uma particularidade TÃO SOMENTE sua, e segundo que não vejo, em nenhuma escolha por cesáreas eletivas, alguém questionar as fontes do médico com quem irá operar. Você questionou? Quer compartilhar conosco? Acho que você deveria contar TUDO – Tu-di-nhu. Tim tim por tim tim desse “parto”. Até porque eu entendo pouco (faço mal, confesso) de etapas dos procedimentos cirúrgicos. [Bem, mas da (in)securidade deles eu entendo BEM. ;)]

    Quanto ao último suspiro. Àquela última e tão precoce flecha: J. Menguele tinha pós-doutorado. Alguém possui essa evidência histórica para me respaldar, por favor? Desculpe, estou traumatizada com fontes psicóticas…er.. digo.. anedóticas.

    [tiete](Gisele, AQUELE abraço.)[/tiete] *

    *Ops.. Alguém me dá uma fonte com evidências históricas pra provar que a Gi PARIU? Mas assim.. “Não-anedóticas”, tá?

    Bacci mile. (L)

  29. Flavia permalink
    2 de maio de 2010 03:26

    Meu Deus, como você está desinformada, querida.

    “Uma coisa é o chamado Parto Domiciliar (o Homebirth europeu) feito por profissionais formados e com indicação do médico que fez o pré natal. Esse tipo de parto é feito com a mãe na CAMA.”

    Pra comecar, numa gravidez normal nem se VÊ o médico, chérie! O pré-natal é todinho com parteiras… e MESMO que a grávida veja um médico, quem decide onde vai ser seu parot é ELA, e não o dotô, viu?

    Deitada na CAMA? Affff, quanta desinformacão. Vou te trazer um pouquinho de luz. Eu pari na sala da minha casa, dentro de uma banheira de parto inflável, assistida por uma parteira e duas estudantes de parteira, uma doula e meu marido. A única vez que vi um médico durante meu pré-natal foi quando, às 24 semanas, visitei a minha médica de família por causa de umas enxaquecas… e só. Ela não deu o menor pitaco no lugar onde eu deveria parir.

    Aqui na Europa, querida, a mulher tem autonomia sobre seu próprio corpo. Quem decide tudo – onde, como e com quem – é ela. Médico aqui, aconselha, no máximo, recomenda, e tal.

    No Brasil até pra peidar a mulher pergunta ao seu ginecologista se pode, se é normal, etc. Pra ir no shopping com o bebê ela pede a “liberacão” do pediatra. Affff. Quanto patriarcalismo. Aqui na Europa a banda toca bem diferente, viu? Não sei se você sabe, mas na Holanda até 40% de todos os partos são feitos em casa, acompanhados por uma parteira…

    :)

    • Aninha permalink*
      2 de maio de 2010 12:40

      Bom dia, Flávia!

      Muito obrigada pelo seu depoimento, acrescenta muito à discussão!

      Imagino que “numa gravidez normal” não se veja o médico porque as parteiras habilitadas que acompanham a gestação não detectam problemas maiores (justamente o que define uma “gravidez normal”).

      Sobre sua afirmação de que “Quem decide tudo – onde, como e com quem – é ela. Médico aqui, aconselha, no máximo, recomenda, e tal.”: não sou uma grande conhecedora do Código de Ética médico, mas pelo que sei aqui também quem decide e tem a palavra final sobre que procedimento adotar e onde parir é a mulher. O médico, no máximo, aconselha e recomenda por estas plagas também.

      O que se coloca em discussão é a quantidade e a qualidade das informações oferecidas à parturiente para que ela possa tomar uma decisão baseada em evidências seguras.

      Abç!

  30. Regine Marton MS RN CNM permalink
    2 de maio de 2010 08:49

    A sua objectividade e decisao baseada sobre informacao objectiva e outra…

    Eu lhe convido a entrar no nosso curso da Tenda Vermelha Amigasdoparto.org pra poder entender o que leva ou nao leva a querer menstruar
    Pra evidencias e protocolos sobre a seguranca sobre o parto na agua pode se dirigir no:

    http://www.waterbirth.org/mc/page.do?sitePageId=38565

    Complicao sobre pesquisas do parto na agua bionascimento.com

    Pra evidencias sobre parto domiciliar eu te convido a entrar no nosso curso Parto Domiciliar da mesma ONG ja citada em cima

    e ler os seguintes estudos na net

    Perinatal mortality and morbidity in a
    nationwide cohort of 529 688 low-risk planned
    home and hospital births
    A de Jonge,a BY van der Goes,b ACJ Ravelli,c MP Amelink-Verburg,a,d BW Mol,b JG Nijhuis,e
    J Bennebroek Gravenhorst,a SE Buitendijka

    The Safety of Homebirth…
    Compiled by Michael J. Stark, Ph.D. for the Maryland Friends of Midwives

    Outcomes of planned home birth with registered midwife
    versus planned hospital birth with midwife or physician
    Patricia A. Janssen PhD, Lee Saxell MA, Lesley A. Page PhD, Michael C. Klein MD,

    Hallazgos en Partos Domiciliarios Planificados Atendidos por Certified
    Professional Midwives (Parteras Profesionales y Certificadas):
    Estudio largo y prospectivo en Norte América.
    Kenneth C Johnson, Betty-Anne Daviss

    o

    Outcomes of planned home births with certified professional
    midwives: large prospective study in North America
    Kenneth C Johnson, Betty-Anne Daviss

    Regine Marton CNM MS

    Enfermeira Obstetra Doula

    Watsu e Aquanatal Instructora

  31. Rener permalink
    2 de maio de 2010 09:21

    Aninha, pela forma como essas mulheres, que vc me “apresentou” acima, se incomodam com o uso da pílula em geral, ou com a escolha de parar de ter as alterações cíclicas hormonais que influenciam pessimamente no humor, se incomodando tanto a ponto de serem agressivas, me faz crer que elas tem alguma questão psicodinâmica “mal resolvida”. Talvez uma inveja pouco adequada por não terem coragem de usar anticoncepcional como um todo, ou de usar continuamente… E, sinceramente, esse tipo de gente não me parece ser o comum.

    De qualquer forma, o uso de anticoncepcional aumenta consideravelmente o risco de tromboembolismo (fato), apesar de ainda assim não ser um evento comum, e deve aumentar o risco de infarto e AVC (discutível ainda, pelo o que vi na literatura).

    A longo prazo, é possível que o uso de anticoncepcionais antes da menopausa até diminua a incidência de câncer em geral (aumenta o risco de uns, diminui de outros). O que também ainda é discutível.

    Não optar por usar anticoncepcional por esses motivos é válido. Optar pelo uso de anticoncepcional, e não pelo uso contínuo, por essas evidências não faz sentido.

    O uso de anticoncepcional é uma escolha da mulher, onde ela mesma tem que julgar os riscos x benefícios. A melhora na qualidade de vida pode ser tão grande que compense os riscos dessa prática, que não é tão insegura assim quanto colocam aqui.

    Em todo o caso, queria realmente ver estudos melhores para se estabeler se o uso de anticoncepcional continuamente é melhor ou pior em termos de expectativa de vida e chance de outras doenças. No momento, o que vejo, é ginecologistas desaconselhando a prática por achismos, e não por evidências. A verdade é que médicos tem medo de ir contra o que todo mundo faz, mesmo que haja evidência de que é certo, ou que não haja evidência de prejuízo. E com razão. Pois, se der errado, e todo mundo faz, que culpa ele tem? Se der errado, e poucos agem assim (mesmo que científicamene ele esteja certo) pode ter muita dor de cabeça.

    • Aninha permalink*
      2 de maio de 2010 11:52

      Oi, Rener!!!

      Quanto às manifestações psíquicas inconscientes (ai, meus sais!!!) das queridas comentadoras, vou deixar as “interpretações” para pessoas mais afeitas à teorias psicológicas obsoletas e pseudo-científicas…

      Quando pesquisei os anticoncepcionais de uso contínuo não encontrei artigo nenhum sobre riscos a longo prazo. Isso não quer dizer, de todo, que eles não existam. Mas parece que o corpo de pesquisas apresentado até o momento seja mais concentrado em comparações de efeitos colaterais e alterações metabólicas entre os dois tipos de uso (contínuo X ciclo curto).

      Concordo imensamente com você, boa parte dos ginecologistas acabam por desaconselhar o uso contínuo e a interrupção da menstruação mais por desconhecimento e “aversão ao novo”.

      Abç!

  32. Carolina permalink
    2 de maio de 2010 09:54

    Baseado em quê, exatamente, você afirma com tanta convicção que mulheres européias só parem em cima da cama?
    Desculpa, mas eu rí.

    • Aninha permalink*
      2 de maio de 2010 11:30

      Bom dia, Carolina!

      Esta dúvida já foi respondida no primeiro comentário.

  33. Ric Jones permalink
    2 de maio de 2010 09:57

    Sra Ana:

    Eu entendi a razão deste blog e a sua manifestação a respeito da menstruação. Li atentamente o que vc escreveu e também o que sua colega jornalista disse. Ambas tem o mesmo teor: a subserviência ao poder médico, e a alienação da capacidade decisória para “as autoridades”. Vc é que parece não ter lido o que eu escrevi. E também não acredito que seja necessário explicar o que sejam “ciclos vitais femininos”, porque até vc já deve ter olhado para uma cartela de anticoncepcional onde se lê “ciclo menstrual”, e até vc é capaz de entender que a vida feminina possui ciclos que englobam menstruar, gestar, parir, amamentar e que eles retornam com a mesma sequência de eventos, quando são entendidos de forma natural. É um ciclo, e até as crianças podem enxergar de forma simples. O que vcs ainda não entenderam (porque inseridas num contexcto cientificista) é que existe muito mais além do que pode ser cientificamente analisado. O próprio Einstein ja dizia que “Nem tudo o que se pode contar conta; Nem tudo o que conta se pode contar”. Assim sendo, quando agredimos ciclos vitais e naturais da mulher existe um sinal vermelho que acende na consciência das mulheres, pois algo muito importante da essêncioa feminina é colocado em jogo. Vc provavelmente não leu o exemplo que disse sobre retirtar seios, úteros e ovários. Ninguém duvida que isso diminuiria mortalidade por estas doenças. Isso SE PODE contar. Isso pode ser contabilizado. Mas que preço admitimos pagar em nome desta aventura ablativa? Pois eu estava me referindo a esta questão imponderável da natureza humana, muito mais do que a ciência ainda pode aferir. Quanto a “parto natural para todas” é falta de leitura sua. A Gisele mesma disse que a opção foi DELA, que recebeu auxílio de profissionais, mas que estas questões devem ser sempre analisadas com rigor. Nem toda a mulher pode fazer a escolha que ela fez, mas ninguém discute isso.
    A jornalista aqui presente falou da “máfia do parto natural” e eu dei boas gargalhadas. O Brasil vive numa ditadura de cesarianas, praticadas por meus colegas médicos, sendo a imensa maioria delas sem indicações clinicas (normalmente por interesses espúrios do próprio profissional). A clase média brasileira tem 84.9% de cesarianas, segundo a ANS. Um grupo de mulheres (e alguns homens) do Brasil se insurgem contra essa barbárie (palavras do ministro Serra) e são chamadas de “máfia”? Gente, é muita alienação. Chamar um “movimento de resistência” de Máfia é exatamente para obscurecer o fato escandaloso da subserviência ao poder médico e para justificar a própria alienação.
    Neste blog faltou estudo, profundidade, ciência de verdade, atualização e educação. As justificativas para a falta de decoro da articulista não satisfizeram, pois com aquele tipo de desculpas ela poderia ter mandado pessoas à …. e a desculpa continuaria valendo.
    O que me chama mais atenção é a dor escondida das mulheres que “optam” por deixar de lado aquilo que as caracteriza como mulheres. E eu repito: não há como fazer isso sem precisar de coisas como este blog. Lacan já afirmava: se o impacto for violento demais, só o suportamos com a ficção. Como a violência é contra um dos pilares da formação do sujeito, a sexualidade, é preciso escrever algo que juastifique tamanha afronta.
    Ouitra coisa: estou escrevendo porque não consigo parar de receber posts, e acho que já demos ibope demais para alguém que escreveu um texto sem profundidade. A sra Ana tem mais qualidade do que aquilo, tenho certeza. Quando ela escrever um texto sério, sem xingamentos e “chicos”, defendendo a ablação da menstruação com mais embasamento, podemos abrir uma discussão mais abrangente. Principalmente incluindo questões da psicanálise, da antropologia, da filosofia e da medicina darwiniana (evolucionista) que até tem uma postura contrária à minha, mas que pode somar num debate como este.
    Por favor, alguém me diga como posso deixar de receber mensagens no meu e-mail…
    Abraços e boa sorte
    Ric Jones

    • Aninha permalink*
      2 de maio de 2010 11:34

      “O que vcs ainda não entenderam (porque inseridas num contexcto cientificista) é que existe muito mais além do que pode ser cientificamente analisado. ”

      So, I rest my case.

  34. Aláya permalink
    2 de maio de 2010 10:33

    Citando um texto desse grande obstetra que é o Ric Jones.

    “Claro que existem chatos, e até entre os que defendem o parto natural, mas os chatos “ecologicamente corretos” são em número infinitamente menor do que aqueles que vomitam fumaça, MacDonalds ou cesarianas na sua cara sem a menor cerimônia ou pudor. Para cada “chato do parto humanizado” existem 10 pessoas chatas e inconvenientes que debocham de quem ganha filhos “como bicho”. Estas são em número muito maior, mas como estão nadando no ‘mainstream’ não parecem fazer tanto barulho.
    “Dos rios dizemos “violentos”, mas não chamamos violentas as margens que o oprimem” já dizia Brecht. Daqueles que reclamam da barbárie da desconsideração e da indignidade da forma como conduzimos o nascimento humano no ocidente dizemos serem “chatos” e “xiitas”, mas não chamamos de violentos aqueles que através do silêncio ou do escárnio colaboram para a destruição sistemática do feminino na nossa cultura.”

    GRaças à adoção de hábitos saudáveis, mudanças na alimentação, atividade fisica, melhora no trato com as emoções e até acupuntura, não tenho mais TPM, não tenho dor de cabeça, nem desejos por chocolate, nem colicas lacinantes. Sim aninha, é bem óbvio que você está projetando um problema seu, e generalizando para todas, uma pena que você se sinta tão desconfortável sendo mulher. Talvez seja essa sua raiva toda que esteja provocando tanta cólica e TPM
    Acho impressionante como os mais ‘eruditos e academicos’ são os que menos fundamentam seus achismos na hora de vomitar seus preconceitos

  35. priscila permalink
    2 de maio de 2010 12:25

    Uau, este blog é muito ruim, gente! Não acredito que vocês deram tanto Ibope para uma moça que nunca estudou a fundo aquilo do que se propõe a escrever. Chatinho o primeiro post, que deu origem à discussão. Mais uma daquelas que acreditam quando o médico manda dar complemento ao leite materno, alegando que a mãe não tem leite sem, ao menos, ter avaliado a mamada. Deixa ela pra lá!

  36. Carol permalink
    2 de maio de 2010 13:41

    Fraquinha fraquinha…não merecia a repercussão.

    Só para constar, pari em casa, na água, assim como minha cunhada, sogra e mãe da sogra. Sempre com o apoio e respaldo das midwives (ou parteiras). Isso tudo, adivinha? Na Escócia, localizada no continente Europeu, veja só!

    Será que existe o mercado negro das parteiras que assistem partos às escondidas (do governo)? hahahahahaha

    Mais uma informação (vê-se que é o seu fraco): No Reino Unido, se a gestação é saudável, médico não faz pré-natal, mas sim as parteiras. Essa dependência que as Brasileiras têm com médicos é o que as fazem ser bitoladas .

    • Aninha permalink*
      2 de maio de 2010 16:54

      Boa tarde, Carol!

      Sobre médicos não fazerem pré-natal em grávidas com gestação saudável, já foi comentado acima.

      Abç!

  37. Carol permalink
    2 de maio de 2010 13:56

    Ops, ”é o que as FAZ serem bitoladas”

  38. Julia permalink
    2 de maio de 2010 17:31

    Comentários de um observador que não tem opinião formada:

    1. Ninguém precisa dizer ao sol como ser brilhante, então ninguém precisa dizer a uma mulher como ser feminina. Se precisa, então algo deu muito errado.

    2. Vale a pena observar que as pessoas que criticam dogmatismo e autoritarismo são as mesmas que povoam seus posts com frases dogmáticas e autoritárias.

    3. Também vale a pena observar que aqueles que acusam o interlocutor de usar argumento de autoridade são os mesmos que anúnciam sua profissão desde o primeiro comentário, tentando, provavelmente, convencer por autoridade.

    4. Aqueles que criticam um suposto elitismo das afirmações, são os mesmos que não perdem a chance de explicitar que seus casos ocorreram em tal ou qual país europeu (informação que obviamente não confere status científico ao registro anedótico).

    5. Consultar periódicos científicos é exatamente o oposto de confiar inteiramente nos médicos e/ou estar a mercê deles. Se “empoderar-se” significa conseguir as informações adequadas, avaliá-las em função de suas demandas e tomar a decisão que melhor lhe cabe, a narrativa da autora do blog é um exemplo perfeito de empoderamento.

  39. Ney Gomes permalink
    2 de maio de 2010 17:41

    Putz… o mais difícil de entender depois de ler tudo foi por que as pessoas ficam aborrecidas quando alguém diz algo que elas não diriam.

    As pessoas acabam decidindo ofender a autora a ler todo o texto e perceber o ponto que esta sendo demonstrado. Depois põem palavras na boca da autora, opa, no teclado.

    E o sr. Ric, que não vi referencia ao doutoramento, insiste em uma linha que vai de duvidosa a vegonhosa, no que diz respeito à desqualificação dos argumentos da autora… mas depois vi que ele é homeopata, ai entendi… entende pouco de ciência.

    No mais Aninha, parabéns pela paciência.

  40. francielygst permalink
    2 de maio de 2010 21:54

    Pois olha (Aninha), você me parece uma pessoa reflexiva e gosta que as pessoas saibam disto. Muito bem. Eu acho que entendi o seu ponto. O seu raciocínio para tais asuntos são interessantes, porém confesse que você ‘peca por excesso’.
    Saiba que muitas coisas a qual você falou você não deve ter pesquisado muito bem porque não são verdades, e muitas são as provas.
    O que mais fica evidente, no seu texto aqui, é a sua própria defesa. Procurou argumentos para defender o que você acha, o que você gosta, o que te faz bem.
    ***
    Eu concordo plenamente, e duvide muito quem não concorde, com você que algumas características femininas são plenamente visíveis como: a delicadeza nas ações, habilidades sutis e outras coisas que provam como realmente há diferença em ter hormônios femininos.
    Só não sei de onde você tirou que existem mulheres que gostam de cólicas e dores de cabeça. Nisto você deveria ter citado a fonte. São mulheres que você conhece? Porque vamos ser sinceras é exagero!
    O que mais me parece, como já disse, é que você está, puramente, tentando defender a sua escolha por não menstruar, e resolveu achar alguns artigos que te ajude nisto.
    ***
    Uma dica: Não fale aquilo que você não sabe. Isto poderá te trazer problemas.
    Você já é mãe? Já teve dores de parto? Sabe por quê uma mãe opta pelo natural?
    Você já usou o mooncup (copo menstrual)?
    Pois bem!
    Eu vou te apresentar o outro lado da ‘moeda’.
    ***
    Médicos não são deuses. Nem sempre ao sentar numa cadeira de consultório, e decidir com o médico qual é o melhor para mim, vai me trazer a solução certa.
    Ingerir anticontraceptivos, com o tempo, faz mal sim, quem disse que não? Você já leu alguma bula alopática? TODA alopatia apresenta efeito colateral!
    Vamos usar da lógica (ela existe para isto): uma pessoa que toma e usa tudo que é natural tende a ser mais saudável do que aquela que ingere químicas, certo?
    Você conhece a formulação de um analgésico? Sabe por quê uma mulher pode optar por não tomá-lo?
    ***
    (Aninha) eu te convido, com todo o respeito deste mundo, a refletir melhor seus conceitos de vida.

    Ter um filho é um ato natural e fisiológico, por quê você acha que precisamos de um médico?
    E se sua resposta for igual ou semelhante ao: porque existem riscos… Então vamos pensar juntas: por quê existem os riscos?
    Você sabia que é devido a vida que levamos? … ao que se come (ingere), ao que se pensa, ao que se faz…
    Nós escolhemos a vida que queremos ter. E uma mulher que não apresenta riscos pode ter seus filhos naturalmente.
    A verdade, que poucos enxergam, é que só precisa de médico um doente, um caso de risco, um problema.
    Todo mundo sabe, e a ciência já nos provou, que nós só mudamos com tempo (nosso pensamento), porque o mundo mudou. Hoje queremos mais tecnologia porque ela existe. Tudo nesta vida é uma questão de hábito!
    Mas algumas mulheres parecem estar perturbadas em saber que é possível parir naturalmente sem a tecnologia a qual algumas preferem apelar, e muitas vezes sem necessidades. Isso sim me parece medo.
    O que dói mais? Injeção ou parir?
    O que te faz pensar que a Gisele Bündchen é burra? Por não parir nos padrões o qual VOCÊ acha certos?
    E quem foi que te disse que na maioria dos hospitais existem profissionais ALTAMENTE treinados e capacitados? Só existem os qualificados. Altamentente são bem poucos.
    O que existe é um processo de coisas, um hábito, uma razão. Para um médico se formar dentro do padrão não é difícil, o difícil é sair dele.
    Você mesma não vai poder ter nunca a certeza de que quem vai te atender, num consultório médico, é altamente qualificado para tal coisa. E só quem tem um bebê dentro dos padrões normais brasileiros sabe o desgaste que é, a grosseria e estresse que existe nem que seja numa só enfermeira.
    Mas ajuda muito ter informações. E é isso que te fará fazer a diferença e saber a quem escolher.
    E é por isso que muitas mulheres lutam pela humanização do parto em favor ao parto natural.

    A sua pesquisa sobre o assunto parto foi muito falha!
    Você já teve um bebê na Europa?
    Pelo o que menciona é como se precisasse de milhares de documentos e uma burocracia completa para se ter um filho, com autorizações e etecéteras. Saiba que não é bem assim.
    Enfim.

    O final de seu post demonstra um sentimento de cansaço, talvez estresse, e não aceitação de fatores naturais. Falta de flexibilidade e desrespeito com quem nem pode se defender (Gisele B.). É inútil.

    É preciso se informar mais sobre as consequências de fatores não naturais, inovadores e tecnólogicos.

    Enfim. Os assuntos dão ‘pano para manga’.

  41. Rener permalink
    2 de maio de 2010 22:00

    “é que existe muito mais além do que pode ser cientificamente analisado. O próprio Einstein ja dizia que “Nem tudo o que se pode contar conta; Nem tudo o que conta se pode contar”. Assim sendo, quando agredimos ciclos vitais e naturais da mulher existe um sinal vermelho que acende na consciência das mulheres, pois algo muito importante da essêncioa feminina é colocado em jogo”

    Se existe muito mais do que se pode ser analisado, como você pode ter autoridade sobre esse conhecimento que ainda nos é inacessível? E esse apelo a autoridade do Eistein foi demais.

    Além disso, todo o conhecimento sobre saúde adquirido pela humanidade no último século (e isso não inclui a homeopatia, que é bem mais antiga e pouco mudou), pode ser considerado uma “agressão” ao natural, e ainda assim não conheço ninguém que queira naturalmente se arriscar a morrer de uma infeção, sentir dores lancinantes, manter-se hipertenso e diabético, deixar as cáries nos dentes, ou qualquer outro tipo de eventos humanos naturais e comuns, porém tido como patológicos. Isso sem contar que sob parâmetros objetivos, no mínimo podemos ver um aumento brutal da expectativa de vida.

  42. Ney Gomes permalink
    2 de maio de 2010 22:15

    Vamos usar da lógica (ela existe para isto): uma pessoa que toma e usa tudo que é natural tende a ser mais saudável do que aquela que ingere químicas, certo?

    Sério… isso é lógico pra ti? Além desta lógica, tua e particular, podes provar isso com artigos “que só sirvam para demonstrar que estas certa”?

    Tem cada uma…

  43. Fábio M permalink
    2 de maio de 2010 23:39

    Ao “Ric Jones”: Estou admirado. Pela sua paciência, pela ponderação, pela capacidade notória de identificar corpos e reflexos de gênero com elegância e pela coragem em abraçar essa resistência em corpo masculino. Parabéns!

    “Franciely”, eu discordo de você quanto a procurar estudos que respaldem uma tese a nosso “favor” como sendo leviano – Não é, é natural.
    O problema é que, com a “democratização” da informação, qualquer vertente de conhecimento está sujeita a ser projetada.

    Assim, à autora do tópico:

    “Pesquisinha rápida e não encontrei NADA”. Então me questiono quanto ao porquê de se dar ao trabalho de elucidar uma circunstância sobre a qual você desconhece em motivação, modus operandi, segurança nos procedimentos, evidências científicas. E ainda se propôs a desqualificar o desconhecido com factóides (já valem o título tamanho a defasagem de data).
    Impróprio, deveras.

    Ao se buscar textos científicos, deve-se ater a algumas coisas: Às propriedades do estudo. Randomização. Grupos de controle, abrangência, possibilidades de abrangência. Grau de reconhecimento nas instituições.

    Tornar uma mensagem enxuta mediante TANTAS consultas me faz concluir uma única coisa: Você se propôs a criticar o Parto Gisele, e então se precaveu em balas. Não para desmistificar sua idéia, como verdadeira cientista, para investigar o “modelo” de parto. Mas apenas para aliviar a consciência e as críticas com um ” MAS EU TENHO FONTES CIENTÍFICAS!”, não importando os seus critérios de escolha. Nem me atrevo a perguntar quais foram os seus critérios, haja visto que não se dispôs sequer a privilegiar ou comentar o conteúdo das indicações dos colegas, ou rever sua escrita em MOMENTO algum.

    Isso não é típico do cientista. Isso é típico de cientificismolóide. Democracia, democratismo. Política, politicagem.

    É raro, aliás, cruzar com blogueiros que consigam rever as besteiras proferidas. :(

    Também notei a “Aninha” clamando por evidências científicas (veementemente), quanto ao parto na água. Não entendi. Se agora, uma vez revisitado o seu leque explanatório sobre o assunto, continua com o mesmo cabresto – Não me atrevo a deixar interrogações por responder.

    Bem, recebi esse blog no e-mail circulante da lista. Nunca tinha ouvido falar dele, não sei porque tanta chuva em concreto. Mas espero encontrar coisas realmente desnudas, sem simplismo, em outros artigos. Porque este, lamento. Foi um tiro no pé.

    Qualquer bom leitor que consiga varrer os comentários aqui presentes, isolando as críticas que beiraram a arrogância, (em especial às que se proclamaram detentoras de “curriculum lattes” como prerrogativa fundamental da investigação criteriosa e da busca da verdade), e sobretudo observando os posts (ótimos) do Ric Jones… Estes, certamente, sairão daqui com clareza de idéias: Urge resgatar o potencial feminino no quadro que lhe diz respeito. Fora do mundo corruptível e sedutor dos fármacos e da consulta aos Deuses de jaleco branco como se fossem uma extensão de nossas psiquês e da nossa liberdade de amar e pensar por nós mesmos. Sobretudo, aliás, nas mulheres – as primeiras oprimidas por tal.

    Abraços,

    Fábio.

    • Aninha permalink*
      2 de maio de 2010 23:47

      O comentário do Evandro, abaixo, responde suficientemente.

      Obrigada.

  44. Evandro permalink
    2 de maio de 2010 23:42

    Interessante o desenrolar das respostas a este “post”, assinado por Aninha.

    Como o título já diz (“Menstruar ou não menstruar, that’s the question!”) e a autora volta a lembrar logo no início de seu texto (mais exatamente no final do 2ª parágrafo), “esse post não tem nada a ver com parto e nem com a Gisele. Mas o assunto continua na esfera feminina: menstruação.”

    Ela declara preferir “acabar de uma vez por todas com todos os desperdícios provocados por Mr. Chico: não menstruar de todo”, afirmando, de maneira muito responsável, que “Isso se faz INDO AO MÉDICO e discutindo com ele sobre a possibilidade de se tomar anticoncepcionais de uso contínuo” e enumera as vantagens deste tipo de método anticoncepcional que julga benéficas para ELA PRÓPRIA.

    Na sequência, justifica sua opção embasando-se em evidências científicas atuais e as contrapõem a outras baseadas no senso comum popular.

    Em sua conclusão, volta a declarar, com muita propriedade, que “só você e seu médico é que devem tomar a decisão, baseados nas suas necessidades e limites individuais e em uma boa dose de bom senso e racionalidade”.

    Em resumo, Aninha explica o porquê de sua opção por não menstruar, e o faz com responsabilidade e honestidade, mostrando saber exercer seu direito de autonomia de maneira ética e esclarecida.

    Tudo que ela diz vem ao encontro do que é preconizado pelos profissionais de saúde “sérios”, ou seja, que o uso de contraceptivos orais deve SEMPRE ser feito sob a orientação de profissional habilitado (MÉDICO ginecologista), devido às possíveis contra-indicações e reações adversas.

    O que se vê a seguir nas “Respostas”, com poucas exceções, são palpites e comentários absurdos e esdrúxulos, alguns ricos em argumentos falaciosos, típicos de quem leu e não entendeu ou não quis entender. Mas dentre todos eles, um “conselho” especialmente bizarro me chamou a atenção. É o que cita um tal de “poder hegemônico da biomedicina tecnocrática drogal”…

  45. Julia permalink
    2 de maio de 2010 23:59

    O Fábio descreveu maravilhosamente bem o que se deve privilegiar nos artigos científicos:

    “Ao se buscar textos científicos, deve-se ater a algumas coisas: Às propriedades do estudo. Randomização. Grupos de controle, abrangência, possibilidades de abrangência. Grau de reconhecimento nas instituições.”

    Mulheres que souberem consultar fontes legítimas e avaliar essas questões (e não a autoridade de doutores dos diversos tipos) estarão bem informadas para tomar sua decisão a respeito de como agir. Claro que a decisão é subjetiva e instraferível, mas ela deve basear-se exatamente nesse tipo de coisa.

    Agora, gostaria de pedir ao Fábio que fizesse o favor de me apontar a relação entre os argumentos do sr. Ric e as referências – seja aquelas que ele citou, seja outras. Me mostre, por favor, onde ele aponta a necessidade de analisar detalhadamente os resultados de artigos científicos com relação àquelas questões que você preciosamente descreveu.

    Penso que não foi no trecho em que ele questiona a feminilidade da autora, ou quando comenta que há coisas que não devem ser investigadas pela ciência, ou ainda quando oferece o exemplo absurdo da histerectomia e mastectomia completa. Penso que os artigos não embasam esse tipo de argumentação.
    Deve haver mais do que eu vi.

    Estarei esperando.
    Obrigada.

  46. Talita permalink
    3 de maio de 2010 12:51

    Meu dente dói. Vou ao dentista. Ele sugere extrair o dente para extinguir a dor.

    Outros dentistas pensam diferente: dente dói como sinal de que algo não vai bem. Existem opções: mudar a alimentação, hábitos de higiene, tratar o dente… Não é necessário extrair algo que faz parte de sua anatomia, e tem uma função importante em sua boca, na alimentação, correto posicionamento dos outros dentes, respiração, e satisfação por ter boa aparência.

    Empoderamento também é autorizar-se a refletir sobre as opções existentes, e optar com consciência de porque está sendo tomada a decisão…

    Minha menstruação dói… (Continue o raciocínio, se não doer demais)

    • Aninha permalink*
      3 de maio de 2010 13:01

      Não entendi a analogia entre dente e menstruação.

      Deve ser porque eu sou burra.

      • Talita permalink
        3 de maio de 2010 13:18

        Ana,

        Não disse que você é burra. Quem está usando esta palavra é vc. Acho que só um pouquinho fechada para novas ideias…

        Só questionei que mudar nossos conceitos às vezes gera dor, desconforto. Você é psicóloga, deve saber mais sobre isso do que a leiga aqui.

        Sugiro o documentário “The moon inside you”, de Diana Fabianová .

        O tema é a menstruação. Infelizmente, tenho o limk somente em inglês:

        http://www.cultureu nplugged. com/play/ 2369

        A documentarista resolveu pesquisar por conta própria, em várias partes do mundo, como é que lidamos com a menstruação. Ouviu várias pessoas, em várias culturas. A menina é eslovaca, se não me engano, e no doc. aparece até Dr. Elsimar Coutinho, que defende a supressão da menstruação.

        Fica a dica. Se interessar… Se não, fique apenas com suas próprias ideias… Afinal, você não deve estar perdendo nada, né?

  47. Patricia permalink
    3 de maio de 2010 13:03

    Aninha,

    Também já cogitei interromper minha menstruação, também já tive vários sintomas de TPM, também já sofri cólicas bastante dolorosas e me entupi muito de chocolate como compensação para tudo isso.
    Até que finalmente parei de jogar minhas frustrações, travas, bloqueios e carências na minha fisiologia, parei de culpar meu feminino pelos meus problemas psicoemocionais.
    Hoja adoro meu ciclos e cada manifestação de minha condição de mulher pela qual me tornei mãe e novamente me preparo para a mais arrebatadora experiência que é parir ativamente.
    Sugiro a você que releia os posts do Dr. Ric Jones, tão lúcidos e cheios de verdade, releia até ter coragem de assumir suas motivações reais, que vão para além dos academicismos em que você se aferra como armadura e escudo.
    Fazer uma egotrip dói, porém liberta!
    Abraços

    • Talita permalink
      3 de maio de 2010 13:35

      Concordo com cada palavra. Sofriiiiii com TPM, tinha alterações sérias de humor, retenção hídrica que fazia mudar o número do sutiã, enxaqueca, dores nas pernas, cólica, muuuita cólica. Até que uma profissional da saúde disse para mim: vc tem duas opções: medicação ou atividade física.

      Como prefiro tentar outras alternativas antes de partir para medicação (costumo apresentar efeitos colaterais com frequencia), fui fazer hidroginástica.

      como foi bom!!! depois de alguns meses de prática regular, hoje não tenho mais nenhum sintoma. Isso mesmo: Zero sintoma. tá, ainda incho um pouquinho, mas não ao ponto de ficar com mamas hoorrivelmente doloridas. Há alguns meses menstruo até sem perceber, pois não sinto nenhum sintoma antes.

      É possível conviver com o funcionamento NATURAL de nosso corpo, aprendendo a ouvir o que os sintomas querem dizer. No caso do meu corpo, era falta de atividade física (sedentária a muitos anos), pois em geral, tenho alimentação equilibrada.

      Também aprendi que durante a menstruação preciso me dar um pouco mais de sono. É isso…

  48. Julia permalink
    3 de maio de 2010 14:25

    Franciely escreveu:

    “Vamos usar da lógica (ela existe para isto): uma pessoa que toma e usa tudo que é natural tende a ser mais saudável do que aquela que ingere químicas, certo?”

    Depende.
    Eu sou a favor do uso de vacinas, apesar de elas serem compostos químicos.
    Sou a favor do uso de antibióticos, embora também seja um composto químico.
    Sou a favor do uso de detergentes e desinfetantes quando necessário.
    Meu computador é todo feito com base em conhecimento da disciplina química, eu eu acho importante que existam computadores.
    Compostos químicos são utilizados no tratamento da água, e eu sou a favor que as pessoas tenham acesso à água tratada.

    Eu faço uso de contraceptivos e sou a favor que as pessoas que optem por esse uso, tenham direito a fazê-lo – mesmo que contraceptivos sejam compostos químicos.
    Gosto do fato de que diabéticos tem acesso à insulina; acho que é bom para sua saúde que eles utilizem essa “química”.

    Eu também uso esmaltes, xampus, condicionadores, cremes para rosto e cabelo. Todos esses produtos são resultados de pesquisas em química. E essas coisas me fazem bem.

    Provavelmente seria mais “natural” usar água sem tratamento, não tomar vacinas, nem remédios, não usar produtos de limpeza, nem cosméticos… Mas, não, não acho que minha vida ficaria melhor assim. Aliás, houve uma ép0ca em que a vida era assim e as pessoas tinham uma expectativa de vida muito mais baixa que a atual.

    Se há problemas no modo de vida das pessoas, a responsável não é a “química” ou a “alopatia”; mas a ignorância. Enquanto as pessoas não distinguirem informação útil de informação inútil, continuarão a fazer escolhas inadequadas para sua vida.

    Observação irrelevante, mas que talvez possa te ajudar a contextualizar meus dizeres: eu sou vegetariana, dou preferência para alimentos orgânicos, não faço uso de trigo refinado ou de açúcar refinada e confiro a procedência de todos os alimentos que consumo – mas isso tudo não é porque sou “natural”, mas porque sou esperta e fui consultar periódicos indexados para tomar decisões a respeito de minha dieta e de minha vida.

  49. 5 de maio de 2010 14:30

    Eu acho interessante como algumas pessoas perdem tempo comentando comentários. Eu não sei o quanto isso pode ser útil.
    Mas enfim, vamos lá. Eu tenho direito de defesa né, já que recebi e-mail onde verifiquei meu nome.

    Eu vim aqui pela postagem passei meu recado e pronto. Eu nem leio comentários que já é para não me extender em assuntos paralelos. Mas pude perceber, só agora, que tem gente que escreva só por causa de um comentário. É brincadeira.
    ***
    Eu também não vejo problema em achar respaldo, em algum artigo, para se beneficiar, lógico. Mas é preciso tomar cuidado com as fontes de informações.
    E o outro lado da “moeda”, a qual gostaria de mostrar aqui, envolve uma lógica (neste caso falando sobre químicas) e é nisto que poucos podem me entender assim de repente.

    A questão química vai muito além do que algumas pessoas podem entender agora, neste exato momento. Como humanista geral (inclusive química) eu sei do que falo, não tenho respostas difinitivas porém a procura por essas respostas é muito maior e há um resultado.

    Um bom exemplo seria responder a Júlia:
    Sim Júlia, nós (eu e você) somos vegetarianas, porém percebi que sua humanização tomou foco na alimentação deixando os demais (químicas, por exemplo).

    Não é somente lógico para mim perceber que a química, no mundo, tomou um rumo ruim, e muita coisa prova, hoje, não estar dando certo.
    Você pode ser a favor da vacina, mas você já fez uma pesquisa aprofundada sobre isto? Sabe como elas são feitas? Quantos inocentes morrem? Como ela funciona? O quanto de dinheiro envolve?
    Depois de saber muitas coisas, é muito fácil ficar ‘em cima do muro’.

    Você é a favor de antibióticos. Muito bem eu também sou, mas dos naturais. Já que antibiótico nada mais é do que a substância que inibe a infecção. Agora se você se refere à penicilina (composto químico – grupo mais comum de antibiótico) saiba que existem substituições, inclusive naturais.
    Toda alopatia apresenta efeitos colaterais.

    Você é a favor dos detergentes e desinfetantes? Eu também! Mas sem os parabenos, sem o óleo mineral (petróleo) e outros compostos químicos maléficos.
    Eu também uso esmaltes, xampus, condicionadores, cremes para rosto e cabelo…. tudo natural!

    Aguá tratada é ótimo, mas todo mundo sabe que o único elemento químico que fica (CL), após o tratamento, já não faz bem para nada: beber, corpo, cabelos e pele…

    Enfim.

    Estamos colhendo os más frutos das químicas maléficas e tudo que se fala, hoje em dia, é em substituições.

    Computadores? Ah sim, são umas “bençãos”, mas existem alternativas ecologicamente corretas, para produzir suas peças, no dia de hoje.

    Método contraceptivos (nossa, até que enfim algo com o post)… tomá-lo prova ser uns dos piores métodos, já que hoje em dia temos a alternativa de, por exemplo, colá-lo (método transdérmico) na pele e evitar dano ao fígado.

    É importante saber todos os métodos que existem para optar pelo melhor. Também é importante prestar atenção no termo ‘não menstruar’, pois o quanto se sabe sobre isto? Quantas mulheres fazem parte desta porcetagem? Quando iniciou este método? Já existem mulheres que optaram por não menstruar por um período muito longo? E, o que aconteceu?
    A verdade é que se sabe pouco sobre o futuro deste método. Sempre há o risco, claro. E claro que também sempre vai existir casos (hemocromatose) que não podem ter essa opção como escolha.
    Um bom exemplo é citar o Dr. Elsimar Coutinho (um dos primeiros a inventar a injeção para não menstruar), que há mais de 40 anos defende a tese ‘não menstruar’, um médico sempre polêmico e até bem realista, porém ele sempre relaciona o assunto à uma doença. Para ele, interromper a menstruação pode ser a solução de doenças, mas a lógica disto tudo seria uma avaliação mais profunda e tentar enxergar o por quê as mulheres de hoje tendem a ter mais doenças? (talvez aqui se aplique a analogia do dente – comentada anteriormente- por quê já se foi logo solucionando com a não menstruação?)
    Sim, porque defender o natural não se limita somente às químicas.
    Também é preciso avaliar como foi que as mulheres chegaram ao fato dores e cânceres, tão avançados como temos hoje, ligados ao fato de menstruar. Se as mulheres dos séculos passados menstruavam normalmente, não viam problemas nisto e jamais cogitariam o não menstruar.
    É reparável que a época faz as pessoas.

    Com isto espero que alguns entendam agora a lógica séria de que quanto mais natural melhor. E lógico, não estamos falando de naturalistas e ripongas. Eu falo de que é lógico que o que não é ‘natural’ não dá certo, o que foge ao nosso corpo e ao meio ambiente não está sendo bem-vindo. E isto é preocupante, e por isto busca-se hoje uma humanização, neste sentido, química.

    ***
    Quem estiver interessado a discutir esses assuntos, por favor, escreva-me diretamente:
    franciely@ymail.com
    ***
    E Aninha…
    Seja bem-vinda aos meus blogs.
    Querendo escreva. Há mesmo muita coisa relacionada a este assunto: ‘Menstruar ou não menstruar’. Embora você tenha exposto aqui a sua decisão e ela seja feliz para você, ainda há muito o que saber para optar pelo melhor.

    Mas flexibilidade sempre!
    O não de hoje pode ser o sim de amanhã, ou vice-versa né.

    Abs

    Fran

  50. 5 de maio de 2010 19:25

    Toda medicina baseada em evidências apresenta efeitos colaterais. O problema é que nenhuma homeopatia apresenta efeito algum. (Tirante o placebo.)

    []s,

    Roberto Takata

  51. Eduardo Mansur permalink
    17 de maio de 2010 18:11

    Obrigado Ana por expressar seus pensamentos , fico feliz em perceber mulheres que pensam por si e sentem a necessidade de sairem dos padrões praticamente implantados mentalmente na criação dos seres humanos em nossa socidade.
    Roberto Takata ! Correto! Eu quase perdi meu braço tratando com homeopatia, a “MALDITA” PENICILINA salvou meu membro!
    Sobre as mulheres to passado mestruarem … bem … REALMENTE ELAS MESTRUAVAM E NÃO TINHAM PROBLEMAS COM ISSO??????? Desculpe-me quem achou isto , na verdade não , elas NÃO MESTRUAVAM , as mulheres engravidavam ! SIM ISSO MESMO! Na faixa dos 13 anos uma mulher já encontrava-se normalmente gravida e tinha PENCAS de filhos , passavam quase toda a sua idade propicia a fecundação fazendo exatamente isto , FECUNDANDO , logo não mestruavam nem de sonhos como as mulheres de hoje em dia , para ser sincero uma grande maioria , GRANDE , nem sequer tinham tempo de ver mestruação na sua vida sem ser a primeira vez , logo apos isto … bem vcs sabem … BONECO!

  52. 16 de julho de 2010 11:41

    Ufa!!!!!!!!!!!
    Eu não consegui ler AINDA todos os comentários. Mas quero muito voltar aqui de novo…

    Li seu texto inteiro e não estou aqui ainda para manifestar minha opinião sobre o tema porque acabei chegando aqui justamente em busca de informação sobre menstruar ou não, eis a questão! E detalhe indicada por uma das mães que mais admiro na blogosfera.

    Parabenizo você, Ric Jones e todos que se manifestaram porque me senti lendo todos os símbolos da sociedade e, apesar da forte retórica de ambos os lados, eu ainda não sinto preparada o suficiente para decidir o que fazer. O que é melhor, afinal, pra mim? Porquê? E quais são as consequencias da minha escolha?

    Eu não sei exatamente pra o quê eu digo NÃO quando decido não-menstruar…E não li os papers indicados, mas senti que falta essa informação…passei os olhos para alguns efeitos (acho), mas eles não tornaram-se alvo da retórica e seria legal se eles fossem discutidos por todos com mais ênfase. O que acham: topam o desafio?

    eu vou continaur lendo aqui e em outras fontes, mas como blogueira já vou trazer essa conversa á tona com a minha rede.
    Obrigada a todos pelo dialogo, pois poderá contribuir muito para mulheres que buscam informação!!!

  53. 18 de julho de 2010 23:09

    Aninha, apesar de não concordar com o seu tom “professoral”, de alguém que se garante em pesquisas científicas – jogadas assim sem muita profundidade, acho ótima sua iniciativa de abordar esse assunto. Vou te dizer, com honestidade, que sou bastante feminina – feminista, aliás – tive um parto natural (quase na água…), e também posso dizer que sou aspirante a cientista (terminei o mestrado em Saúde Pública e me preparo para o doutorado). Mas, não posso me dizer preparada para desqualificar a sua escolha sobre não menstruar, nem muito menos desqualificar a escolha pelo parto na água. Acho que a discussão se perdeu… Ao invés de ficar respondendo a críticas pessoais (relaxa porque elas vão aparacer mesmo de vez enquando), você poderia ter se detido na discussão teórica, sobre os artigos que citou. Acho que seria mais construtivo. De qualquer forma, pesquisas não são sempre confiáveis, devem ser colocadas à prova, devem ser debatidas. A ciência já afirmou tanta estupidez no passado (homossexualidade já foi doença mental classificada no CID, né?) A gente não pode simplesmente jogar com as informações publicadas em artigos científicos como se elas fossem sempre sinônimo de verdade. Ser mulher é algo complexo, como tudo que é humano, não é algo puramente biológico. Mas, a biologia também não pode ser descartada… ser mulher é também ter útero, ovário, ciclos… é ou não é?

    Abçs

  54. Ingrid permalink
    26 de julho de 2010 18:58

    Acho que a maioria das pessoas que opinou aqui acusando o autoritarismo da autora acabou por meter os pés pelas mãos nos argumentos…mas uma se salvou pela postura científica e imparcial adotada.
    Concordo em 100% no que a Angela diz, ela sim pesquisou q apresentou um resultado coerente…
    aparentemente apesar do seu alto grau de instrução você cometeu 2 erros gravíssimos (que qualquer aspirante a pesquisador aprende logo no ínicio da faculdade):
    1 Você usou referências totalmete desatualizadas (e baseadas em pouquíssimas fontes)
    2 Você apresentou apenas o que lhe conveio…
    E todos sabemos que, doutoranda ou não, sempre há a possibilidade de manipulação de resultados.Isso não se trata de instrução,se trata de ética e é visível que ou você não possui ou você ainda não aprendeu a pesquisar…afinal, já vimos que resultados científicos e embasados que refutam sua posição existem,não vimos?

    Deixo claro que não tenho nada contra a manifestação da sua opinião, isso é um blog e é aberto para se escrever o que der na telha.Mas a partir do momento em que alguém usa seu título de doutoranda para embasar sua opinião e diminuir a opinião alheia é necessária uma postura de tal.

    • Aninha permalink*
      28 de julho de 2010 11:34

      A partir de agora,só aceitarei comentários do tipo”VOCÊ USOU SUA AUTORIDADE DE DOUTORANDA” (sic) quando apontarem no MEU TEXTO onde foi exatamente que eu usei essa tal autoridade que me delegam.

      No mais, só aceito críticas de quem ler a porra do post… Tô cansadíssima de ter que perder meu tempo lendo comments de quemnão se deu ao trabalho de ler o blog. Vamos ser recíprocos, ok?!?!

  55. Talita permalink
    30 de julho de 2010 23:10

    Uma outra visão sobre o mesmo assunto:

    Ativismo menstrual?

  56. marcia conde attino permalink
    20 de outubro de 2011 12:22

    eu só queria saber se é melhor menstruar ou não na fase do climaterio, pois ainda tenho muitas dúvidas, pois comecei a tomar hormonios e no 15 dia tive um sangramento e apareceu um mioma, agora tenho minhas duvidas pois cada um fala uma coisa , e não adianta nada. Fico aguardando um milagre talvez, mas tenho muitas dúvidas ainda.

    • Aninha permalink*
      20 de outubro de 2011 12:36

      Marcia,

      Eu não posso responder suas perguntas porque eu não sei as respostas, não sou médica. Recomendo fortemente que você pergunte ao seu ginecologista, ele é a única pessoas que pode resolver as suas dúvidas.

Trackbacks

  1. Enquete tapa-buraco! « Maquiagem Baratinha!

Deixe um comentário